Nunca mais ouvir sua
voz
Não mais tocar sua
pele...
Olhar seu
rosto...
Caminhar pelas
calçadas
Nunca mais ouvir o canto dos
pássaros
Não mais provar o sabor do
alimento...
O cheiro dos
perfumes...
Nunca mais sentir o gosto amargo do
tanino...
Não mais a dor de uma
ferida...
O coçar de uma
picada...
A ressaca de uma
bebedeira
Nunca mais a ira de uma
discussão...
Não mais o calor de um
abraço...
A sensação de um
toque...
A tristeza de uma
perda.
Nunca mais a dor de uma
saudade
Não mais a alegria de uma
reconciliação...
Um grito de
gol...
A vergonha de uma
derrota.
Nunca mais o silêncio de um
luto
Não mais um pedido de
desculpas...
A umidade de uma
lágrima...
O brilho de um
sorriso.
Nunca mais a causticidade de um
deserto
Não mais a gelidez
sibérica...
O rebentar de uma
onda...
Um enterrar-se na
areia.
Amei com
esmero
Senti com
afinco...
Dormi o
necessário...
Li muito
pouco.
Meu último
sorriso
Um ultimo
choro...
Derradeiro
som...
Toque
final.
A escassez da
existência
A finitude da
caminhada...
Fizeram-me sorver a
vida...
Como se fosse acabar
amanhã.
Edson Moura
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