O homem na busca pela comunicação
inventou a escrita, entalhou em pedra, utilizou penas e finalmente veio a caneta
esferográfica, e fazendo uso das vinte e três letras que também inventou,
escreveu lindas histórias, deixou para sua descendência registros
importantíssimos e o melhor...belos poemas.
O homem, este ser pensante, não se
cansou de buscar soluções para as dificuldades, ele queria a paz, mesmo que esta
fosse imposta de formas violentas, pesquisou, estudou e finalmente inventou a
bomba atômica. E com aviões também inventados pelo homem, despejou sua carga
letal sobre duas cidades, e assim, dizimou inocentes.
O homem ao tentar facilitar seu
trabalho inventou a roda, a mãe de todas as invenções. E com essas mesmas rodas
inventadas por ele, não hesitou em atropelar todo aquele que se colocou em seu
caminho. Passou por cima daqueles que ousaram protestar contra as injustiças
cometidas por tiranos.
O homem, apenas com três cores
primárias inventou todas as outras, e com todas essas cores ele pintou
belíssimos quadros, revelando assim o talento do homem para o belo. Mas com
projéteis também criados pelo homem, ele manchou com o vermelho-sangue as
páginas de sua história.
O homem acidentalmente descobriu a
penicilina, revolucionando assim os tratamentos infecciosos, salvando milhares,
aliás, milhões de vidas. O homem descobriu a cura para as doenças mais
agressivas que já acometeram o humano. É penoso saber que estas mesmas doenças
são mantidas vivas em laboratórios, apenas para, quando necessário ou
conveniente, usá-las como armas de destruição em massa.
O espírito desbravador do homem o
levou aos lugares mais longínquos. Descobriu continentes perdidos, desbravou
terras inóspitas, habitou em lugares gélidos. Este mesmo espírito desbravador o
fez destruir povos, massacrar civilizações inteiras, destruir costumes e impor
suas crenças.
O homem aprendeu a manipular os
elementos, todos os cento e dezesseis. Aprendeu antes disto a manipular o fogo.
Usou a força da natureza a seu favor, construindo barragens e produzindo energia
limpa. Com esse conhecimento ele inventou o Napalm, usou a pólvora não só para
colorir o céu em épocas festivas, desenvolveu o C4 e tantas outras armas,
possibilitando assim a destruição de seus iguais.
O homem inteligente inventou
deuses. Matou por eles. Acabou também achando útil a criação de demônios. Semeou
o terror entre os irmãos. Invenções tão importantes que hoje não consegue
livrar-se delas. É considerado burro se apenas tentar destruir aquilo que por
milênios fez parte de sua história.
Três cores e todas as demais. Vinte
e três letras e todas as poesias do mundo. Dez números e todas as equações
possíveis. Cento e dezesseis elementos químicos e todas as construções. O homem
não para de descobrir, de inventar, de dar vida a idéias que jamais foram
cogitadas. Ainda assim ele nos surpreenderá com uma nova invenção amanhã, algo
que ninguém jamais pensou. O terror se apossa de mim ao imaginar o que ele
poderá fazer com o que pode descobrir.
Assim é o homem. Um ser totalmente capaz de melhorar o mundo
em que vive. Um animal agraciado pela natureza com a capacidade de criar. Mas
com uma enorme inclinação para a autodestruição
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