quarta-feira, 2 de março de 2011
Na angústia de um verão
Você ouviu alguém lhe chamar
Em um sonho confuso você ouviu novamente
Existe um mundo bem diferente deste aqui...é a promessa
Uma promessa feita há milênios
Na tristeza de mais um inverno
Sua pele se arrepia com frio que o aflige
Em seu coração uma chama se acende
E você se orgulha por ter resistido à tudo
Foi perseguido, e se viu desamparado
Você não deu ouvidos aos que o criticavam
Por vezes quebraram suas asas, mas você não deixou de voar
São os lobos que perseguem os escolhidos
Você poderia até ouvi-los uivando
Mas não esmoreceu, não fraquejou
Na aflição de uma primavera
Estás abatido, quase destruído
O desespero o perseguiu, até que o alcançou
E no momento de maior dor, a promessa martelou em sua cabeça
E no seu cérebro a razão bradou alto
O choro que não cessou nem no outro dia, nem no outro...
Querias colo, mas um colo de verdade
Desejava mãos que o afagassem
Buscava no vazio de um quarto escuro, a luz de um anjo
Notou que se perdera num sonho encantado
Já não se sente mais tão orgulhoso
E na lucidez de um outono
Parou de lutar e se entregou
Tornou-se um caminhante sem destino
Expandiu o seu horizonte, mas não tirou aos pés do chão
Sorriu ao relembrar o passado
E gargalhou ao se ver livre da promessa.
Edson Moura
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