Por Edson Moura
Os olhos daqueles homens deixavam transparecer
o ódio que permeia o coração da raça humana. Enquanto por outro lado o seu rei,
vestido à caráter expressava o verdadeiro sentimento de amor que o criador pode
desprender à criatura. Em seus pensamentos a pergunta era: “Será Pai, que eles
realmente não sabem o que fazem?” De repente suas indagações foram interrompidas
por mais um açoite.
Meu Deus! Pensou Ele.
Mas Isaías já havia falado que seria assim, só
não imaginava que doeria tanto. Não a dor física, pois de fato sou experimentado
nas dores, mas sim a dor do coração. Eu amo tanto essas pessoas, e gostaria
tanto que eles não sofressem por não conhecê-lo. Tem que haver outra
maneira.
Talvez
se nós abríssemos o céu, e os deixássemos ver que tudo que tenho dito é verdade.
Que a terra prometida à Moisés um dia estará debaixo de seus pés. E os anjos, ah
os anjos! Certamente eles crerão!
Oh Filho! Não te lembras quantas coisas eu já
fiz? Lembra-se daquele dia em que nós abrimos um mar inteiro para esse mesmo
povo passar? Nada disso adiantou.
E aquela vez que tive que parar o universo para
que a luz do sol permanecesse brilhando durante toda a batalha? Eles sabem que
Eu fiz isso.
Digo-lhe mais Filho:
Mesmo
depois de tudo isso que você terá que passar, muitos ainda não crerão. Você
sabia dos riscos. Você sabia que este teu ato, só surtiria algum efeito alguns
anos depois. Este povo não entende agora, e não entenderá quando você vier para
mim.
Os meninos já estão preparados, eles farão um
bom trabalho. Três anos caminhando com você foram suficientes para eles
conhecerem a mim.
Muitos vão acreditar mais neles do que em Ti, e
isso será um problema, mas depois de algum tempo o povo, não esse, o outro, vão
perceber que Eu sou amor. Começarão a questionar se eu ordenei mesmo aquelas
carnificinas, ou se eles usaram meu nome para cometerem os mais cruéis
assassinatos.
O Saulo mostrará que o amor é o único
sentimento que os salvará de si mesmos. Ah Saulo, Saulo! Como você vai padecer
meu menino.
Outro açoite a trouxe de volta à
realidade.
O homem dizia que não achava culpa nele, queria
soltá-lo.
Mas a turba enfurecida, pedia para
crucificá-lo.
Os soldados não viam a hora de levantar mais um
no madeiro, era a melhor parte, pois o malfeitor já não tinha mais forças para
reagir devido aos golpes que levara, então era fácil bater alguns pregos e
deixá-lo sangrar até a morte.
Para o governador tanto fazia matar este ou
aquele, mas ele queria mesmo é matar o outro, o assassino. A multidão pedia para
soltar o outro, e ele cedeu aos pedidos.
Pai! Sei que não preciso pedir isso. Mas
perdoa-os, eles não sabem o que fazem.
Não vejo nenhum rosto conhecido, aliás, não
vejo mais nada, finalmente a dor está diminuindo e as vozes estão ficando cada
vez mais distante.
Como eu amo essas pessoas!
Como eu amo o senhor meu Pai!
Esta é a resposta para todos aqueles que no
futuro perguntarão:
Deus nos ama?
“Está consumado!”
Escrito por Edson Moura São Paulo, 02 de
Janeiro de 2010 às 01:02 AM
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