sábado, 26 de maio de 2012

Alienação

sábado, 2 de outubro de 2010



Pai, me perdoe por não acreditar em você

Pai, me perdoe porque duvidei de seu amor

Pai, tanto tempo ao seu lado e não o pude conhecer

Pai, me entenda, eu preciso do senhor.



Filho, eu lhe perdôo por duvidar de mim

Filho, eu sei que meu amor não ficou bem claro

Filho, como poderias conhecer-me assim?

Filho, eu entendo o seu desamparo.



Pai, onde estavas quando precisei de ti?

Pai, eles me bateram, me chutaram e cuspiram

Pai, não sei quantos socos recebi

Pai, o pior foi quando eles me despiram.



Filho, eu estava muito longe naquele momento

Filho, por que não se defendeu dos agressores?

Filho, você não pode viver neste tormento

Filho, nunca baixe a cabeça para seus opressores.



Pai, como assim o senhor estava longe?

Pai, aprendi que sempre estavas ao meu lado

Pai, ensinei que o senhor move os montes

Pai, pedi que meus amigos me entregassem o fardo.



Filho, você não vê que o “longe”, é sua própria consciência?

Filho, você realmente acreditou que eu existia?

Filho, não sei o porquê desta sua insistência

Filho, você não pode viver nesta fantasia.



Pai, eu não quero a realidade!

Filho, uma coisa você nunca entendeu

Pai, não tire minha ingenuidade!

Filho, eu morri e você não percebeu.



Edson Moura

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