quinta-feira, 27 de maio de 2010

Ideologia Imperialista

No início da década de 1970, um pequeno e divertido livrinho publicado no Chile, de inspiração marxista, caiu como uma bomba no mundo dos quadrinhos infantis. “Para ler o Pato Donald”, de Ariel Dorfman e Armando Matterlat, foi escrito num período que o Governo de Salvador Allende se debatia para sobreviver às pressões do imperialismo norte-americano.

As idéias desses dois autores eram justamente denunciar a ideologia imperialista que dominava as aparentemente inocentes histórias infantis da Disney. Para os autores, as histórias em quadrinhos de “tio Patinhas” e companhia, preparavam as crianças do terceiro mundo para serem subservientes aos países de primeiro mundo, em especial aos EUA.

A primeira descoberta dos autores foi com relação à vida familiar. Não há nenhum vínculo familiar direto nas histórias de “Pato Donald” e amigos. Todos são tios e sobrinhos de alguém. Para os autores, isso era uma estratégia da Disney para imortalizar os personagens... transformando-os em símbolos, numa sociedade que refletia a dominação capitalista.

Além de não ter laços familiares diretos, os personagens são movidos apenas pela ambição do dinheiro. Não há relações de amizade desinteressadas, apenas relações comerciais: “Ninguém ama ninguém... jamais há um ato de carinho ou lealdade ao próximo. O homem está só em cada sofrimento... não há uma mão solidária ou gesto desinteressado”.

O amor de “Margarida”, por exemplo... é retratado em várias histórias que são reproduzidas no livro, onde fica demonstrado nas histórias da Disney, que as relações são sempre de interesse...e quase sempre interesse financeiro.
Nesse mundo de interesses, os que estão em baixo aprendem a ser obedientes...submissos...disciplinados e a aceitar com respeito e humildade as ordens superiores. Por outro lado, os que estão em cima exercem sempre a coerção física e moral, além do domínio econômico. No mundo da Disney, ser mais velho...mais rico ou mais belo, dá imediatamente o direito de mandar nos outros. Os menos afortunados por sua vez, passam o dia a queixar-se, mas são incapazes de quebrar esse círculo de opressão.

Não quero me perder, assim como Josué Irion, procurando subliminaridades em tudo que vem da Disney      ( até por que cresci lendo gibis de todos os tipos...e particularmente os da Disney), apenas achei muito interessante a abordagem feita pelos dois autores no que diz respeito à ideologia imperialista.
O livro é pequeno e vale à pena ser lido. Sugiro ler juntamente com o livro “Filosofia da miséria” de Proudhon...e “Miséria da filosofia” de Karl Marx...este segundo sendo uma resposta ao primeiro.

Abraços a todos que se dispusera a ler este artigo.

Edson Moura

quarta-feira, 12 de maio de 2010

“Por que me julgam incrédulo?”


“Eu busco compreende-lo sem ouvi-lo...e tenho certeza que Ele me ouve sem escutar-me”. Pouco a pouco eu resgatei a minha fé em Deus, fazendo uso apenas da minha razão. Comecei a ver a assinatura do criador no delírio de um psicótico, no desespero de um deprimido, no perfume de uma flor ou no sorriso de uma criança.
Uma alma de poeta é a chave para a fuga do “casulo”...para o soerguimento dentre as ruínas. Faço das minhas perdas uma lâmina cortante para lapidar minha inteligência...coisa rara hoje em dia na sociedade moderna. A observação do mundo me conduziu a um caminho que inicialmente julguei demasiado perigoso, mas ao passarem-se os anos e as experiências, compreendi que uma luz muito mais sublime brilhara na minha existência.
Pensamentos psicanalíticos de um certo Levi Bronzeado ajudaram-me a deglutir algumas dúvidas massacrantes acerca do “eu” dentro de mim...vi ali a assinatura do Criador! Uma admiração quase idolátrica por símbolos e mitos, forjada em fogo alto na consciência de um  marinheiro chamado Eduardo Medeiros, levaram-me a enxergar além do “meu” cristianismo e contemplar a fé de outros povos...passando assim a entender que: “Aquilo que eles buscam, nada mais é do que aquilo que eu quero encontrar”...Veja ali a assinatura do Criador!
Pensamentos “pensantes”, totalmente racionais e raciocináveis, fluídos do interior do ser em “si” de um jovem prolixo chamado Marcio Alves, levaram-me ao método “metódico” de: “Ler...questionar e debater tudo aquilo que julgo dúbio ou até mesmo dogmático”...descobrindo assim, que, mesmo na dúvida, existe uma assinatura criadora de um Ser Criador, de tudo que fora criado. Na liberdade sexual de um jovem homossexual apaixonado pela vida, conhecido como Isaías Medeiros, eu pude aproximar-me de algo que julgava imoral, e hoje, vejo apenas como algo passional. Nessa alegria de viver o que se é, eu pude entender que: “ A vida é uma só...única e singular”...não podendo de maneira alguma sufocar o desejo natural de apenas desejar ser feliz. Encontrei neste comportamento julgado por muitos “anti-natural”, a natureza Criadora de um Deus compreensivo.
Por que julgam-me incrédulo!? Quando na verdade eu creio na existência de um Criador de todas as coisas?
Na probabilidade matemática de se encontrar um amor à 110 Km de distância de sua cidade...uma menina que lê o que escrevo, me enxergou em meio às minhas supostas “heresias”...me amou pelo que sou. Vejo na Ana Paula evangélica “sem igreja”...a assinatura do Criador. Pensamentos subjetivos...ironías...sarcasmo...fábulas a-religiosas. Nesses complexos mas belíssimos textos de um menino auto-didata, eu aprendi a fantasiar aquilo que só os “loucos” ousam fazer. “Coloquei a palavra na altura do homem e depois coloquei o homem acima do “livro”...um presente do homem para o Criador, isso é o que é, aquele livro que o homem chama de presente do Criador para a criatura. “Na assinatura do Esdras, eu vi o Criador endossar a minha liberdade”.
Deixem-me crer que o Criador existe...mesmo que a “fé” não seja o instrumento utilizado para tal feito!
Todos nós temos riquíssimas histórias, porém, elas passam despercebidas pelos preconceituosos olhares dos passantes. Observemos então, que muitos caminham por Avenidas do seu passado, com roupas rasgadas, corações despedaçados, feridas abertas...enfim, uma histórias de segredos que fora reconstruída e tornou-se uma bela poesia...”A poesia de encontrar marcas de um Criador, mesmo em meio dores e tragédias...dúvidas e afirmações...risos e prantos...drogados...ladrões...loucos e pensadores”,
Ainda acham que eu não creio em Deus?
Observem o mundo a sua volta, e vejam que só Ele poderia tê-lo criado! Mas acima de tudo: “Deixem-se ser observados pelo mundo que os rodeia e sinta que Ele também observa você...apenas não interfere. Chamem-me de louco, mas não esqueçam que os ditos “sãos” cometeram mais loucuras contra a humanidade que os chamados “loucos”... posso até ser perigoso, mas somente para aqueles que têm medo de pensar.
Edson Moura

sábado, 1 de maio de 2010

Circular aos confraternos 2

Eu (Marcio Alves) e minha amada esposa (Sirlene)


Caros amigos e leitores deste blog, venho por meio desta, lhes informar que ficarei a partir desta data, ausente por um breve período, desta e das demais salas do pensamento, pois estarei entrando no mês das minhas férias que se inicia hoje e vai até o final deste mês.

Estarei viajando ainda hoje à noite para o estado do Mato Grosso do Sul.
Onde ficarei hospedado não tem internet, sendo que a Lan House mais próxima fica na cidade, portanto, infelizmente não poderei durante este mês nem postar aqui meus textos, assim como também, não estarei comentando nos blogs dos amigos.

Sentirei muito mesmo a ausência de todos vocês, meus grandes amigos virtuais, porém reais.

Agora deixo o “outro evangelho” em boas mãos, confiando que o meu amigo e sócio EDSON MOURA, dará brilhantemente continuidade, mas ainda sim, também, conto com a colaboração de todos os confraternos para que esta sala continue com o altíssimo nível de reflexão, sempre ajudando o EDSON, como vocês fizeram comigo quando na sua ausência, não deixando esta sala vazia.

Esperando já ansiosamente retornar a esta e as demais salas,

Marcio Alves