quarta-feira, 30 de junho de 2010

“Vamos descansar”

Por Noreda Somu Tossan

Há um bom tempo eu venho aplicando muito esforço em um ideal, que é absorver ao máximo tudo quanto puder em matéria de conhecimento. Percebi, já há bastante tempo, que nessa minha busca desenfreada por sabedoria, eu estava perdendo muitas noites de sono e não conseguia atingir meu objetivo. Foi quando vi um comentários de um amigo...já no finalzinho da noite, dizendo que precisava dormir, pois dormir faz bem à saúde. Procurei então, refletir sobre o assunto e acabei por escrever esta postagem.

Dormir é fundamental para manter a capacidade mnêmica em dia. É durante o sono que as memórias são cultivadas: enquanto algumas vingam, outras se perdem. A construção da memória depende muito desse período em que o cérebro tece a trama da subjetividade e nos dá respostas aos problemas que nos afligem durante o dia.

Ao contrário do que eu pensava e do que a maioria pensa, o cérebro não descansa durante o sono...mas encontra-se em total atividade. É nessas horas que as informações coletadas durante o dia são processadas...selecionadas...gravadas e finalmente transformadas em memória permanente.

Dentre as várias funções do sono, o processamento da memória parece ser a única que exige do organismo estar realmente adormecido. Economizar horas de sono prejudica a cognição. Alguns aspectos da consolidação da memória só são acionados quando dormimos mais de seis horas ininterruptas. Quando se passa uma noite em claro, as memórias daquele dia ficam, por assim dizer, comprometidas.

Mas o que isso tem à ver com o “Religião”, e com aquilo que aqui é falado? Tudo ora! Afinal de contas, nós desta sala, lutamos para que as pessoas tenham uma vida mais despreocupada...aproveitando os momentos ao máximo...brincando com os filhos...e por que não dizer: Dormindo!

Chega de vigílias em busca de Deus! Chega de noites de sono, subindo montes para buscar poder do céu! Devemos relaxar e aproveitar o pouco que nos resta das vinte e quatro horas do dia, para repousar o esqueleto, e se tivermos que subir o monte...que seja o “monte de cobertores”.

Texto inspirado em comentário de Eduardo Medeiros no Blog:


”Boa noite a todos porque dormir cedo faz bem à saúde, é ou não é doutor Levi?

LEVI: Japão e Portugal já foram. Sexta vai a Holanda????????

Escrito por Noreda Somu Tossan

domingo, 27 de junho de 2010

“Saindo da vida para entrar na história”

Por Noreda Somu Tossan

Lendo um artigo escrito por um grande amigo, em um site chamado “Um outro Evangelho”, fiquei intrigado com uma afirmação feita por ele. É claro, alguns textos são para serem lidos apenas com o coração, mas não pude resistir à tentação de propor uma reflexão mais aprofundada da temática em questão.

Vou extrair um pequeno trecho de seu artigo, mas não pretendo comentá-lo isoladamente do contexto..senão...torna-se pretexto. Todos que quiserem ler o texto na íntegra, logo abaixo deixarei o link para a postagem de Marcio Alves. Sua frase:

“...Acho que diante disso tudo, o nosso grande medo, não deveria ser a morte-morte, mas a morte-das-formas, pois viver é tão mais complicado e assustador do que deixar essa vida...”

Não concordo com você, neste pequeno fragmento. Pois, acho que viver é sim, a maior "dádiva" que um homem pode receber. Já dizia Sartre: "filosofar é aprender a morrer", então, como podemos julgar ser assustador e complicado, a grande mola propulsora da vida...a saber, a morte?

É por saber que morreremos, que aprendemos a dar valor às pequenas coisas...pequenas delicadezas que somente a vida pode nos proporcionar. É claro que seu texto nos diz que estamos em constante modificação...sempre aprendemos...e sempre aprenderemos. mas o ponto principal da transformação humana, é justamente...aprender a morrer.

Infelizmente, não é o que se ensina. Pelo contrário...todos evitam tocar neste assunto. O "pós-morte", é a grande incógnita da "vida". muitos tentam criar subterfúgios...estórias, muitas vezes horrendas, assustadoras, com Diabo , inferno e demônios...e muitas vezes felicíssimas, com céu, Deus, anjos e tudo mais. Mas ninguém sabe como será. O que nos resta, é esse medo inconsciente de deixar a vida.

Transformação...em minha opinião é isso. Aprendermos que a morte não é o fim...mas sim apenas uma saída de cena. Só que não voltaremos a atuar nunca mais. “Ficam então as lembranças...do que fomos...e do quanto mudamos no decorrer do espetáculo chamado "EXISTÊNCIA", para que os novos personagens possam espelhar-se e se for conveniente...copiar-nos“. (Edson Moura)

Valeu meu sócio!


Titulo do texto:  Getúlio Vargas (Rio de Janeiro, 23/08/54 - ) "Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História."  Pode até ser que ele só quis auto enganar-se...mas que a frase é boniota..ah é!

Por Edson Moura



sexta-feira, 25 de junho de 2010

Qual o limite do ser humano?

Por Noreda Somu Tossan

Em tempos de reflexão, em frente esta crise de “pós-modernidade”, o homem contemporâneo é levado a repensar a si mesmo...em face de seu passado...a repensar-se como causa e finalidade de suas ações...de seu pensamento..e daquilo que prega. Essa reflexão consiste certamente em uma busca pela redescoberta do ser humano como alguém capaz...que deve se responsabilizar por seus atos, responsável por aquilo que faz e pensa e acerca do que fala.

Trata-se de um homem de guerras, de assassinatos e até genocídios. Também um homem de preconceitos, discriminações e injúrias. E em cada uma dessas facetas do homem...são evidentes o testemunho da violência cruel produzida pelo exercício de sua força física e de um sadismo sem limites, a respeito do que as pessoas praticam contra si mesmas, e que, como conta a história, podem retratar nossa capacidade para o mal e o quanto somos falhos.

Mas ao mesmo tempo somos seres de cuidados...de excelência e de amor, atitudes que praticamos cotidianamente, apoiadas em nossa capacidade de ponderação...deliberação e escolha. Portanto... atitudes racionais.

A manifestação de nossa capacidade para o mal não exige..na maioria das vezes...muito esforço racional. Afinal de contas, é com “violência” que o ser humano responde, quando é constrangido em suas capacidades e liberdades naturais.

“O que é o ser humano...e do que ele é capaz?”...Essa é a pergunta chave. Não faço mais questionamentos como: “Quem é Deus?”...ou “Como ele é?”, e muito menos continuo tentando compreende-lo. No entanto, o ser que mais me causa estranheza, é o homem, esse animal que se difere dos demais pelo capacidade que tem de fazer o mal conscientemente.

Por Edson Moura

quinta-feira, 24 de junho de 2010

"Intenção Filosófica e Poética"

Por Noreda Somu Tossan

Como sempre, em muitos de meus textos, venho de forma agradável...mas sempre exagerando ou até mesmo sendo apelativo, apresentar de maneira extremada em minha escrita...a “intenção” de que seja feita uma reflexão:

“Poética”...enquanto aberta criativamente ao inexorável movimento da vida (existência)

“Filosófica”...enquanto provoco um pensar mais profundo, sobre a “condição humana“, ou “condição social”...se o tema for menos abrangente.

O que não devemos nunca...é perder o chão da existência presente, e devemos estar abertos aos influxos criativos da imaginação, “conseguindo” vislumbrar as coisas que ainda não são...e transferi-las para fruição e reflexão do nosso leitor e leitora.

Há uma intencionalidade filosófica naquilo que escrevo?

Sim há! Mas não é essa filosofia que está presente nas academias ou então em algumas obras de arte...nem tento reproduzir na íntegra pensamentos filosóficos já engessados (se é que exista tal coisa).

Minha filosofia faz referência é ao desejo de provocar uma reflexão aprofundada sobre a condição do homem em meus leitores e leitoras, e para isso, compartilho visões sociais...subjetivas..oníricas...cósmicas...políticas e espirituais, por meio da escrita.

Procuro dialogar com as questões existenciais do homem contemporâneo, com um vasto repertório de temas como:

“Sofrimento humano ... morte ... esperança ... futuro ou destino ... fé ... ego encapsulado em si mesmo ... mente humana ... imediatismo ... consumismo ... ciências ... religiões ... instituições sociais ... auto-conhecimento ... sexualidade ... lutas e contradições internas ... fraternidade ... evolução dos homens ... espiritualidade ... inacabamento humano e construção da liberdade.

É claro...muitos temas podem gerar muita confusão mental, mas se abordados aos poucos e de forma metódica, acredito que seja possível dissecá-los um a um.

"Com a liberdade...vem também o peso da realidade...e com a realidade, vem o fardo responsabilidade total pelos nossos atos".

Você está disposto a carregá-lo?

Por Edson Moura

segunda-feira, 21 de junho de 2010

“Quem é o culpado?...Você decide!”

Alguns dias se passaram desde que me acusaram de plagio...de forma covarde e desonesta. Foram dias de insônia, buscando solucionar o grande enlace que ocultava a verdadeira identidade do Thiago. Como todos já devem ter percebido, tenho plena certeza de que o personagem supracitado é integrante – membro da “Confraria dos Pensadores Fora da Gaiola”.

(Isto é indiscutível!)

Mais a questão que os trouxe aqui, é o motivo de ter optado por não mais escrever na confraria...Pois bem: não voltarei a escrever na confraria pelo simples fato de não sentir-me à vontade...fazendo parte de um circulo onde um dos membros é traidor...antiético...e covarde.

Um aviso: só voltarei a integrar a confraria quando o culpado resolver reconhecer a atitude desleal, e, apresentar-se publicamente retratando-se.

É lamentável que o "Judas" que apunhalou o Noreda,...tenha esquecido-se das palavras por ele escritas em forma de declaração de amor. É incrível a INGRATIDÃO que não se explica... e inadmissível que depois de ler o que fora escrito, a pessoa ainda tenha coragem de tentar humilhar publicamente o autor.

Quem é o culpado? Vocês decidirão!

Tenho uma lista com sete suspeitos, e, gostaria de expô-los aqui.

Não quero que se sintam ofendidos, todos aqueles citados no decorrer deste documento.

Todos que citarei têm tanto o motivo quanto a capacidade intelectual para ser o Thiago.

1º suspeito: GRESDER SIL (Escolhido de forma aleatória e não por peso de provas)  “Sou Esdras Gregório!...O culpado de eu existir em suas vidas! Garoto vaidoso, escritor de talento. Macho insensível, menino carente. Orgulhoso como Alexandre, mas que na verdade não passa de um ser vivo, que ainda não viveu o suficiente para entender que nada é mais importante na vida, que ter alguém ao seu lado, em quem se apoiar quando estiver cansado. É verdadeiramente um “menino prodígio” (Gresder Sil), mas não se esqueça que até mesmo este personagem dos quadrinhos, só existia por causa do Batmam (seus leitores). Tenho certeza Esdras Gregório, todos os teus amigos adoram o que escreves, ficam ansiosos para saber qual será o próxima surpresa e comentam suas postagens com o coração. Nunca despreze estes amigos”.

Motivos: A verdade é que o Noreda tomou o lugar do personagem Gresder Sil criado por Esdras Gregorio.
Não suportando este, a ignomínia em que caíra, vem tentando "denegrir" (não gosto de usar este termo) a imagem do Edson.
Prova 1: Em seu depoimento ele afirma o seguinte: “...Agora por que motivo eu iria ser o Tiago, o que o Edson me fez, o ou o que ele tem que eu desejaria ter? nada! Do Noreda eu não gosto mesmo, pois ele sempre me pareceu frio, arrogante onisciente, impessoal, pedante, pernóstico, vaidoso. Não gosto do personagem do Edsom!...”
Prova 2: Ligou para o Edson em sua casa somente para rir de sua cara, e quando o Edson tentando confundi-lo, disse ser o Thiago, o próprio Gresder afirmou que não era ou que não poderia ser.
Prova 3: Acusou, numa tentativa frustrada de disfarçar seu “crime”, o Edson de ser o Thiago.
Prova 4: Como bem notado no e-mail do Thiago, não se conclui uma frase sequer, sem os erros de português característicos do Gresder.
Atenuantes: É muito burro para ter criado uma trama tão complexa...Não tem tempo  nem dinheiro para ficar tanto tempo na lan house...não tem internet em casa.

2º suspeito EDUARDO MEDEIROS “O capitão desta embarcação. Não abandonará o navio enquanto houver vidas para ser salvas. O mais suspeito de todos a ser EU. Fico lisonjeado por acharem que minha escrita se compara a dele, bobagem, “não sou digno de carregar suas sandálias”. Enigmático, gosta de desvendar os símbolos, mas não perde a rédea de sua base teológica: “A vida!”. Incrível como sua ausência é sentida na CONFRARIA. Não lhe dão nem o direito de ancorar para descanso, logo pedem que abasteça o barco, prepare a tripulação e partam em busca de novos significados para nossas vidas. Admiro-o Eduardo, e espero que nunca percas este brilho que ofusca nossas vistas como um farol à guiar-nos pelo oceano das incertezas da existência humana”.

Motivos: Sentiu-se encomodado por o Noreda não visitar muito sua "sala do pensamento", e por ter acreditado quando o Gresder disse que o Edson julgava ser "besteira" tudo que os outros confraternos escreviam.
Prova 1: Tem tempo suficiente para ter criado e pesquisado todos os comentários presentes no e-mail doThiago.
Prova 2: Afirmou em um comentário que “...Bom, mesmo assim eu não ponho a mão no fogo nem por mim...”.
Prova 3: Novamente afirma não saber do e-mail do Thiago ao dizer “Mano, do que se trata esse imbróglio?”.
Prova 4: Afirmou categoricamente não ser o Gresder o culpado.
Atenuantes: É militar reformado, jamais humilharia um de seus “soldados”, tem histórico de bom comportamento...sempre desprendendo "abraços calorosos" e confessando ser profundo admirador do Noreda
.
3º suspeito ISAIAS MEDEIROS “A prova viva de que um homem pode mudar de pensamento, de um extremo a outro. De todos que aqui circulam, tu és o mais sensível, mais humano, mais homem, mais, menino, mais amigo, tu és o mais “EU” Noreda Somu. Sou criação involuntária sua Isaías, foi observando você que moldei meu caráter. Li também seus artigos, não os comentei, mas os absorvi, acho que esta sempre foi a tua intenção. Teus amigos te acolheram, e você não faz idéia de o quanto eles precisam de você. São totalmente dependentes de tua presença carismática, tu és a grande celebridade de CONFRARIA.
Motivos: Ficou profundamente ofendido (tendo em vista que é uma menina) quando também caiu no golpe baixo do Gresder, de revelar o teor de uma conversa entre ambos. Considera o Edson um comunista-fidelista-marxista quase ateu.
Prova 1: Conhece tudo sobre internet (sabe pesquisar).
Prova 2: Está com o tempo “ocioso”, o que daria muitas chances para elaborar um plano.
Prova 3: Ultimamente andou se desentendendo por questões políticas com o Edson.
Prova 4: Até agora não se pronunciou a respeito.
Atenuantes: É sincero. Talvez ele preferisse  falar abertamente no tópico permanente, ao invés de esconder-se atrás de um nome falso.

4º Suspeita PAULINHA a flor da blogosfera que encantou o coração de um furacão chamado Noreda.
Motivos: Odeia quando o Edson passa muito tempo fazendo comentários na confraria ou no "Outro Evangelho" e não dá atenção à ela, quer que o Edson nunca mais escreva na confraria.
Prova 1: Segunda pessoa a ligar para o Edson e falar sobre o ocorrido.
Prova 2: Quando o Edson falou de mandar o e-mail para detonar o Thiago, ela AFIRMOU que o e-mail não chegaria.
Prova 3: É a única pessoa que escreve Thiago com “TH” exatamente como no login do e-mail.
Prova 4: Quando o Edson disse que era o Thiago, ela afirmou com convicção que ele não era.
Prova 5: É uma expert em informática, e até ensinou ctrl + c e ctrl + v.
Atenuantes: É a pessoa que o Edson mais ama...e que acho que o ama também.

5º Suspeito J. LIMA “O professor dos professores, Se um dia eu Noreda puder apertar a mão deste homem, poderei desaparecer da CONFRARIA tranqüilo. Nem tento rebater seus argumentos, até porque não discordo de nenhum deles. Foi o que mais lutou pela defesa dos amigos. Não queria ser visto, comentou quando todos já não mais estavam, mas eu vi o comentário, e digo que o tempo que gastaste preparando-o, não foi em vão. Obrigado por presentear os meninos com tua magnífica experiência de literatura”.
Motivos: Inveja, já declarou certa vez ser o próprio Noreda, mas foi frustrado quando o verdadeiro o intelectual Noreda apareceu. É muito vaidoso...talvez até mais que o próprio Gresder.
Prova 1: Até agora não se pronunciou também.
Prova 2: Pediu tempo para afastar-se da confraria, assim que o Thiago apareceu.
Prova 3: Não tem o seu nome na lista de e-mail do Thiago.
Atenuante: É crente e pregador!...E crente não faz estas coisas. (ou pelo menos não deveria fazer)

6º Suspeito HUBNER BRAZ jovem cristão ainda engaiolado, mas que tem o coração livre das grades. Rapaz simpático e exímio político da boa vizinhança.
Motivos: O Noreda o persegue.
Prova 1: É humilhando constantemente pelo Noreda, sendo sempre advertido publicamente.
Prova 2: É muito vaidoso, e caiu no erro de  elogiar-se no e-mail do Thiago.
Prova 3: Erros de português semelhantes ao do Gresder.
Atenuante: Ultimamente esta mais humilde, e recíproco aos elogios do Edson, alem de estar escrevendo textos polêmicos que muito agrada o Noreda.

Bom, como podem ver, eu andei observando o detalhe de todos os suspeitos e espero que cada um opte por defender-se das acusações. Embora o ônus da prova caiba ao acusador, eu gostaria que cada um pudesse contribuir para elucidação deste caso.

Um momento!....

Eu disse que eram sete suspeitos...Onde está o que falta?

 Pois bem, é com profunda tristeza que declaro MARCIO ALVES um dos principais suspeitos. “Marcio, seu perguntador descontrolado! Não teria graça se seus questionamentos tivessem as respostas. Pois as respostas petrificam, engessam as idéias anulam a criatividade e acabam com a curiosidade, mas as perguntas abrem as possibilidades e nos ensina uma máxima que jamais cairá em desuso: “Não são as respostas que fazem o ser humano avançar, e sim as perguntas” e as perguntas abrem as possibilidades de evoluir nos pensamentos pensados por pensadores pensantes”....


Cheguei à casa do Marcio por volta de 00:20 hrs e conversamos até as 02:00 da manhã sobre o caso acima relatado. Confesso que cheguei com a desconfiança de apenas uma pessoa, mas o Marcio de forma meticulosa, fez-me ver possibilidades em todos os outros, não percebendo ele, que se comprometia grandemente, pois percebi que a intenção dele era somente desviar o foco de si mesmo.
Motivos: O Noreda tem roubado a notoriedade que outrora era só dele. Não acha possível que um ser humano normal possa armazenar tanta informação no cérebro. Pretende ler todos os livros que o Noreda já leu. (ou seja, quer assumir o lugar do Noreda)

Prova 1: Não tem comentado quase nada na blogosfera. (tendo em vista que sempre fora o “campeão” dos comentários.)
Prova 2: Foi o PRIMEIRO a ligar para o Edson, e falar do e-mail do Thiago.
Prova 3: Alega estar trabalhando muito, mas, como pode ter sido o primeiro a ver o e-mail e ligar para o Edson?
Prova 4: Tem raiva, por o Edson ter enganado até mesmo ele, não revelando sobre o Noreda.
Prova 5: Tem genialidade...intelectualidade e velocidade para ter feito tudo sozinho em tempo recorde.
Atenuantes: Não tem atenuantes nenhum, pelo contrário, só agravantes, pois conhece o Edson a sete anos e nunca o viu sem um livro..jornal...revistas ou outra leitura qualquer na mão.

Cansou de conversar horas a fio sobre os mais diversos assuntos, política...religião...ciencias...medicina...história...economia...filosofia...teologia....enologia e etc...

Soube, depois de revelado quem era, que o Noreda escreveu a “declaração aos confraternos” ao mesmo tempo em que conversava com o Gresder e com ele mesmo...olhando nos olhos dos dois e não deixando-se descobrir.

Enfim...o Noreda pode ser a “grande” pedrinha no sapato de muita gente...mas uma coisa ele não é: burro!

Obrigado a todos que chegaram até estas linhas.

Noreda Somu Tossan

sexta-feira, 18 de junho de 2010

"De Cabral à Sarney"

Demos mais um passo decisivo rumo à plena moralização e à maior eficiência do serviço público: decreto recém-assinado pelo presidente Lula amplia o detalhamento da proibição de contratação de parentes de até terceiro grau no Executivo, a não ser que obtenham a aprovação em concurso que assegure a isonomia entre os concorrentes.

Presidente e vice-presidente da República, ministros dirigentes e ocupantes de cargos em comissão não podem nomear parentes em funções de confiança, chefia ou assessoramento, incluindo trabalhadores temporários e estagiários. Também está proibido o nepotismo cruzado, aquele em que se contrata o parente de outra pessoa, com reciprocidade.

Trata-se de decreto da maior importância para o fortalecimento do mérito...da ética na política e na administração pública e da democracia. Mas será necessária a vigilância e pressão da sociedade e das intuições para que as normas sejam cumpridas integralmente...doa a quem doer.

O nepotismo é uma praga arraigada na administração pública brasileira...que começou com Pero Vaz de Caminha...escrivão da frota de Cabral, quando escreveu a Dom Manuel...o Venturoso...pedindo-lhe um emprego para o genro (que não valia nada).

Mem de Sá...o terceiro governador geral...empregou o sobrinho...Estácio de Sá. O primeiro presidente da Republica ...Marechal Deodoro da Fonseca...empregou mais de 80 familiares no governo, e esse critério “nefasto” de contratação não parou de crescer, até que houve reação da sociedade.

A reação daqueles que confundem interesse “público” com o “privado”..atribuindo alta competência aos seus familiares não concursados, ainda é grande, mas vem sendo vencida com providências como o novo decreto de atuação firme do Ministério Público e da Justiça. Para melhorar o quadro porém, o governo federal deveria diminuir os cargos de confiança...de livre nomeação e melhorar a transparência dessas nomeações. (só os cargos de direção e assessoramento superior são mais de 22 mil.

Edson Moura

segunda-feira, 14 de junho de 2010

"Resposta às acusações"

Resposta ao E-mail de um certo leitor chamado Thiago. Como ele não aceitou a minha resposta, tomei a liberdade de escrever uma postagem para ver se ele se manifesta. Espero ansiosamente por uma aparição...mesmo que anônima, do "dito cujo"...e, pretendo debater online com qualquer um dos que acharem que de fato o nosso amigo "invejoso"...esteja sendo honesto.

Amigo Thiago...admiro seu empenho em tentar desbancar o pobre Noreda e seu criador Edson Moura.

Mas me diga uma coisa:

O Noreda tem mais de 50 comentários pela blogosfera. Onde estão as provas de que todos os comentários são colados?

Afinal de contas, o que me parece é que você se sente inferior ao se deparar com alguns textos e comentários, que em sua enorme maioria são criados na cabeça de um garçom que só estudou até a 7ª série. E é claro que você, mesmo tendo provavelmente estudado e se formado, não consegue escrever duas linhas sem cometer erros de português que, nem meu filho de 6 anos cometeria.

Amigo Thiago, eu provavelmente já lí somente neste último mês, mais livros do que você...assim como 75% dos brasileiros, não leram em suas vidas inteiras. Me responda uma pergunta:

Por que ao invés de ficar feito um paranóico procurando textos que eu lí e re-lí...inúmeras vezes para poder comentar em cima deles...você não faz o mesmo? Tenho certeza de que você será bem mais feliz...ao ver a capacidade que o cérebro humano tem de absorver aquilo que estuda com afinco.

Pegue todos os textos que você diz que eu colei, e me pergunte ao telefone ou até mesmo pessoalmente..e veja se minhas palavras mudarão numa vírgula sequer. Tenho pena de você Thiago...assim como tenho pena do Hubner...aliás, você já parou pra ver quantos comentários do Hubner são colados? Não que isso queira dizer alguma coisa, mas a questão é, saber se ele realmente absorve aquilo que lê ou que cola.

Aliás Thiago: Quem dos escritores da blogosfera...é totalmente original? Leio tudo que é escrito...e nada do que é dito hoje, é atual...ou seja, é tudo copiado.

"Tudo que falamos hoje...já foi falado por alguém antes de nós...e quanto mais pensamentos de grandes homens estudamos, menos nossos são os nossos pensamentos" (procure de onde eu colei isso seu babaca!) kkkkkkkkkkk!

A originalidade está em esconder bem suas fontes Thiago...eu acredito nisso. Não fiquei nem um pouco chateado com o que você fez...apenas gostaria que você fosse honesto consigo mesmo e reconhecesse que 5 comentários frente a 500...não são nada.

Os únicos que eu admitiria dizerem que eu não sou o que sou...são o Marcio...Paulinha e Carlos, o restante, certamente não me conhece...pois se conhecesse, saberiam que você é apenas um coitado que morre de inveja de um personagem que nem existe...chamado Noreda Somu Tossan.

Repito:

Tenho pena de você...mas se você ler bastante e alcançar o número de mais de 450 livros...aos 31 anos, assim como eu...será o próximo Noreda da blogosfera!

Ps. Thiago, sei que você é um dos maiores leitores da blogosfera...mas gostaria de ver você comentando algum artigo escrito por mim. Ou será que você já faz isso ,com seu verdadeiro nome?...Hubinho!

Ass: Noreda Somu Tossan

domingo, 13 de junho de 2010

A Filosofia entre a Religião e a Ciência (Parte VII)

A subjetividade, uma vez desencadeada, já não podia circunscrever-se aos seus limites, até que tivesse seguido seu curso. Na moral, a atitude enfática dos protestantes, quanto à consciência individual, era essencialmente anárquica. O hábito e o costume eram tão fortes que, exceto em algumas manifestações ocasionais, como, por exemplo, a de Münster, os discípulos do individualismo na ética continuaram a agir de maneira convencionalmente virtuosa. Mas era um equilíbrio precário. O culto do século XVIII à "sensibilidade" começou a romper esse equilíbrio: um ato era admirado não pelas suas boas conseqüências, ou porque estivesse de acordo com um código moral, mas devido à emoção que o inspirava. Dessa atitude nasceu o culto do herói, tal como foi manifestado por Carlyle e Nietzsche, bem como o culto byroniano da paixão violenta, qualquer que esta seja.

O movimento romântico, na arte, na literatura e na política, está ligado a essa maneira subjetiva de julgar-se os homens, não como membros de uma comunidade, mas como objetos de contemplação esteticamente encantadores. Os tigres são mais belos do que as ovelhas, mas preferimos que estejam atrás de grades. O romântico típico remove as grades e delicia-se com os saltos magníficos com que o tigre aniquila as ovelhas. Incita os homens a imaginar que são tigres e, quando o consegue, os resultados não são inteiramente agradáveis.

Contra as formas mais loucas do subjetivismo nos tempos modernos tem havido várias reações. Primeiro, uma filosofia de semicompromisso, a doutrina do liberalismo, que procurou delimitar as esferas relativas ao governo e ao indivíduo. Isso começa, em sua forma moderna, com Locke, que é tão contrário ao "entusiasmo" - o individualismo dos anabatistas como à autoridade absoluta e à cega subserviência à tradição. Uma rebelião mais extensa conduz à doutrina do culto do Estado, que atribui ao Estado a posição que o Catolicismo atribuía à Igreja, ou mesmo, às vezes, a Deus. Hobbes, Rousseau e Hegel representam fases distintas desta teoria, e suas doutrinas se acham encarnadas, praticamente, em Cromwell, Napoleão e na Alemanha moderna. O comunismo, na teoria, está muito longe dessas filosofias, mas é conduzido, na prática, a um tipo de comunidade bastante semelhante àquela e que resulta a adoração do Estado.

Durante todo o transcurso deste longo desenvolvimento, desde 600 anos antes de Cristo até aos nossos dias, os filósofos têm-se dividido entre aqueles que querem estreitar os laços sociais e aqueles que desejam afrouxá-los. A esta diferença, acham-se associadas outras. Os partidários da disciplina advogaram este ou aquele sistema dogmático, velho ou novo, chegando, portanto a ser, em menor ou maior grau, hostis à ciência, já que seus dogmas não podiam ser provados empiricamente. Ensinavam, quase invariavelmente, que a felicidade não constitui o bem, mas que a "nobreza" ou o "heroísmo" devem ser a ela preferidos. Demonstravam simpatia pelo que havia de irracional na natureza humana, pois acreditavam que a razão é inimiga da coesão social. Os partidários da liberdade, por outro lado, com exceção dos anarquistas extremados, procuravam ser científicos, utilitaristas, racionalistas, contrários à paixão violenta, e inimigos de todas as formas mais profundas de religião. este conflito existiu, na Grécia, antes do aparecimento do que chamamos filosofia, revelando-se já, bastante claramente, no mais antigo pensamento grego. Sob formas diversas, persistiu até aos nossos dias, e continuará, sem dúvida, a existir durante muitas das eras vindouras.

É claro que cada um dos participantes desta disputa como em tudo que persiste durante longo tempo - tem a sua parte de razão e a sua parte de equívoco. A coesão social é uma necessidade, e a humanidade jamais conseguiu, até agora, impor a coesão mediante argumentos meramente racionais. Toda comunidade está exposta a dois perigos opostos: por um lado, a fossilização, devido a uma disciplina exagerada e um respeito excessivo pela tradição; por outro lado, a dissolução, a submissão ante a conquista estrangeira, devido ao desenvolvimento da independência pessoal e do individualismo, que tornam impossível a cooperação. Em geral, as civilizações importantes começam por um sistema rígido e supersticioso que, aos poucos, vai sendo afrouxado, e que conduz, em determinada fase, a um período de gênio brilhante, enquanto perdura o que há de bom na tradição antiga, e não se desenvolveu ainda o mal inerente à sua dissolução. Mas, quando o mal começa a manifestar-se, conduz à anarquia e, daí, inevitavelmente, a uma nova tirania, produzindo uma nova síntese, baseada num novo sistema dogmático. A doutrina do liberalismo é uma tentativa para evitar essa interminável oscilação. A essência do liberalismo é uma tentativa no sentido de assegurar uma ordem social que não se baseie no dogma irracional, e assegurar uma estabilidade sem acarretar mais restrições do que as necessárias à preservação da comunidade. Se esta tentativa pode ser bem sucedida, somente o futuro poderá demonstrá-lo,

A Filosofia entre a Religião e a Ciência (Parte VI)

A Igreja Católica procedia de três fontes. Sua história sagrada era judaica; sua teologia, grega, e seu governo e leis canônicas, ao menos indiretamente, romanos. A Reforma rejeitou os elementos romanos, atenuou os elementos gregos e fortaleceu grandemente os elementos judaicos. Cooperou, assim, com as forças nacionalistas que estavam desfazendo a obra de coesão nacional que tinha sido levada a cabo primeiro pelo Império Romano e, depois, pela Igreja Romana. Na doutrina católica, a revelação divina não terminava na sagrada escritura, mas continuava, de era em era, através da Igreja, à qual, pois, era dever do indivíduo submeter suas opiniões pessoais. Os protestantes, ao contrário, rejeitaram a Igreja como veículo da revelação divina; a verdade devia ser procurada unicamente na Bíblia, que cada qual podia interpretar à sua maneira. Se os homens diferissem em sua interpretação, não havia nenhuma autoridade designada pela divindade que resolvesse tais divergências. Na prática, o Estado reivindicava o direito que pertencera antes à Igreja - mas isso era uma usurpação. Na teoria protestante, não devia haver nenhum intermediário terreno entre a alma e Deus.

Os efeitos dessa mudança foram importantes. A verdade não mais era estabelecida mediante consulta à autoridade, mas por meio da meditação íntima. Desenvolveu-se, rapidamente, uma tendência para o anarquismo na política e misticismo na religião, o que sempre fora difícil de se ajustar à estrutura da ortodoxia católica. Aconteceu que, em lugar de um único Protestantismo, surgiram numerosas seitas; nenhuma filosofia se opunha à escolástica, mas havia tantas filosofias quantos eram os filósofos. Não havia, no século XIII, nenhum Imperador que se opusesse ao Papa, mas sim um grande número de reis heréticos. O resultado disso, tanto no pensamento como na literatura, foi um subjetivismo cada vez mais profundo, agindo primeiro como uma libertação saudável da escravidão espiritual mas caminhando, depois, constantemente, para um isolamento pessoal, contrário à solidez social.

A filosofia moderna começa com Descartes, cuja certeza fundamental é a existência de si mesmo e de seus pensamentos, dos quais o mundo exterior deve ser inferido. Isso constitui apenas a primeira fase de um desenvolvimento que, passando por Berkeley e Kant, chega a Fichte, para quem tudo era apenas uma emanação do eu. Isso era uma loucura, e, partindo desse extremo, a filosofia tem procurado, desde então, evadir-se para o mundo do senso comum cotidiano.

Com o subjetivismo na filosofia, o anarquismo anda de mãos dadas com a política. Já no tempo de Lutero, discípulos inoportunos e não reconhecidos haviam desenvolvido a doutrina do anabatismo, a qual, durante algum tempo, dominou a cidade de Wünster. Os anabatistas repudiavam toda lei, pois afirmavam que o homem bom seria guiado, em todos os momentos, pelo Espírito Santo, que não pode ser preso a fórmulas. Partindo dessas premissas, chegam ao comunismo e à promiscuidade sexual. Foram, pois, exterminados, após uma resistência heróica. Mas sua doutrina, em formas mais atenuadas, se estendem pela Holanda, Inglaterra e Estados Unidos; historicamente, é a origem do "quakerismo". Uma forma mais feroz de anarquismo, não mais relacionada Com a religião, surgiu no século XIX. Na Rússia, Espanha e, em menor grau, na Itália, obteve considerável êxito, constituindo, até hoje, um pesadelo para as autoridades americanas de imigração. Esta versão moderna, embora anti-religiosa, encerra ainda muito do espírito do protestantismo primitivo; difere principalmente dele devido ao fato de dirigir contra os governos seculares a hostilidade que Lutero dirigia contra os Papas,

A Filosofia entre a Religião e a Ciência (Parte V)

A tentativa teutônica .de preservar pelo menos uma independência. parcial da Igreja manifestou-se não apenas na política, mas, também, na arte, no romance, no cavalheirismo e na guerra. Manifestou-se muito pouco no mundo intelectual, pois o ensino se achava quase inteiramente nas mãos do clero. A filosofia explícita da Idade Média não é um espelho exato da época, mas apenas do pensamento de um grupo. Entre os eclesiásticos, porém - principalmente entre os frades franciscanos - havia alguns que, por várias razões, estavam em desacordo com o Papa. Na Itália, ademais, a cultura estendeu-se aos leigos alguns séculos antes de se estender até ao norte dos Alpes. Frederico II, que procurou fundar uma nova religião, representa o extremo da cultura antipapista; Tomás de Aquino, que nasceu no reino de Nápoles, onde o poder de Frederico era supremo, continua sendo até hoje o expoente clássico da filosofia papal. Dante, cerca de cinqüenta anos mais tarde, conseguiu chegar a uma síntese, oferecendo a única exposição equilibrada de todo o mundo ideológico medieval.

Depois de Dante, tanto por motivos políticos como intelectuais, a síntese filosófica medieval se desmoronou. Teve ela, enquanto durou, uma qualidade de ordem e perfeição de miniatura: qualquer coisa de que esse sistema se ocupasse, era colocada com precisão em relação com o que constituía o seu cosmo bastante limitado. Mas o Grande Cisma, o movimento dos Concílios e o papado da renascença produziram a Reforma, que destruiu a unidade do Cristianismo e a teoria escolástica de governo que girava em torno do Papa. N o período da Renascença, o novo conhecimento, tanto da antigüidade como da superfície da terra, fez com que os homens se cansassem de sistemas, que passaram a ser considerados como prisões mentais. A astronomia de Copérnico atribuiu á terra e ao homem uma posição mais humilde do que aquela que haviam desfrutado na teoria de Ptolomeu. O prazer pelos f atos recentes tomou o lugar, entre os homens inteligentes, do prazer de raciocinar, analisar e construir sistemas. Embora a Renascença, na arte, conserve ainda uma determinada ordem, prefere, quanto ao que diz respeito ao pensamento, uma ampla e fecunda desordem. Neste sentido, Montaigne é o mais típico expoente da época.

Tanto na teoria política como em tudo o mais, exceto a arte, a ordem sofre um colapso. A Idade Média, embora praticamente turbulenta, era dominada, em sua ideologia, pelo amor da legalidade e por uma teoria muito precisa do poder político. Todo poder procede, em última análise, de Deus; Ele delegou poder ao Papa nos assuntos sagrados, e ao Imperador nos assuntos seculares. Mas tanto o Papa como o Imperador perderam sua importância durante o século XV. O Papa tornou-se simplesmente um dos príncipes italianos, empenhado no jogo incrivelmente complicado e inescrupuloso do poder político italiano. As novas monarquias nacionais na França, Espanha e Inglaterra tinham, em seus próprios territórios, um poder no qual nem o Papa nem o Imperador podiam interferir. O Estado nacional, devido, em grande parte, à pólvora, adquiriu uma influência sobre o pensamento e o modo de sentir dos homens, como jamais exercera antes - influência essa que, progressivamente, destruiu o que restava da crença romana quanto à unidade da civilização.

Essa desordem política encontrou sua expressão no Príncipe, de Maquiavel. Na ausência de qualquer princípio diretivo, a política se transformou em áspera luta pelo poder. O Príncipe dá conselhos astutos quanto à maneira de se participar com êxito desse jogo. O que já havia acontecido na idade de ouro da Grécia, ocorreu de novo na Itália renascentista: os freios morais tradicionais desapareceram, pois eram considerados como coisa ligada à superstição; a libertação dos grilhões tornou os indivíduos enérgicos e criadores, produzindo um raro florescimento do gênio mas a anarquia e a traição resultantes, inevitavelmente, da decadência da moral, tornou os italianos coletivamente impotentes, e caíram, como os gregos, sob o domínio de nações menos civilizadas do que eles, mas não tão destituídas - de coesão social.

Todavia, o resultado foi menos desastroso do que no caso da Grécia, pois as nações que tinham acabado de chegar ao poder, com exceção da Espanha, se mostravam capazes de tão grandes realizações como o havia sido a Itália. Do século XVI em diante, a história do pensamento europeu é dominada pela Reforma. r1 Reforma foi um movimento complexo, multiforme, e seu êxito se deve a numerosas causas. De um modo geral, foi uma revolta das nações do norte contra o renovado domínio de Roma. A religião fora a força que subjugara o Norte, mas a religião, na Itália, decaíra: o papado permanecia como uma instituição, extraindo grandes tributos da Alemanha e da Inglaterra, mas estas nações, que eram ainda piedosas, não podiam sentir reverência alguma para com os Bórgias e os Médicis, que pretendiam salvar as almas do purgatório em troca de dinheiro, que esbanjavam no luxo e na imoralidade. Motivos nacionais motivos econômicos e motivos, religiosos conjugaram-se para fortalecer a revolta contra Roma.

Além disso, os príncipes logo perceberam que, se a Igreja se tornasse, em seus territórios, simplesmente nacional, eles seriam capazes de dominá-la, tornando-se, assim, muito mais poderosos, em seus países, do que jamais o haviam sido compartilhando o seu domínio com o Papa. Por todas essas razões, as inovações teológicas de Lutero foram bem recebidas, tanto pelos governantes como pelo povo, na maior parte da Europa Setentrional,

A Filosofia entre a Religião e a Ciência (Parte IV)

A invasão dos bárbaros pôs fim, por espaço de seis séculos, à civilização da Europa Ocidental. Subsistiu, na Irlanda, até que os dinamarqueses a destruíram no século IX. Antes de sua extinção produziu, lá, uma figura notável, Scotus Erigena. No Império Oriental, a civilização grega sobreviveu, em forma dissecada, como num museu, até à queda de Constantinopla, em 1453, mas nada que fosse de importância para o mundo saiu de Constantinopla, exceto uma tradição artística e os Códigos de Direito Romano de Justiniano. Durante o período de obscuridade, desde o fim do século V até a metade do século XI, o mundo romano ocidental sofreu algumas transformações interessantes. O conflito entre o dever para com Deus e o dever para com o Estado, introduzido pelo Cristianismo, adquiriu o caráter de um conflito entre a Igreja e o rei. A jurisdição eclesiástica do Papa estendia-se sobre a Itália, França, Espanha, Grã-Bretanha e Irlanda, Alemanha, Escandinávia e Polônia.

A princípio, fora da Itália e do sul da França foi muito leve o seu controle sobre bispos e abades, mas, desde o tempo de Gregório VII ( fins do século XI ), tornou-se real e efetivo. Desde então o clero, em toda a Europa Ocidental, formou uma única organização, dirigida por Roma, que procurava o poder inteligente e incansavelmente e, em geral, vitoriosamente, até depois do ano 1300, em seus conflitos com os governantes seculares. O conflito entre a Igreja e o Estado não foi apenas um conflito entre o clero e os leigos; foi, também, uma renovação da luta entre o mundo mediterrâneo e os bárbaros do norte. A unidade da Igreja era um reflexo da unidade do Império Romano; sua liturgia era latina, e os seus homens mais proeminentes eram, em sua maior parte, italianos, espanhóis ou franceses do sul. Sua educação, quando esta renasceu, foi clássica; suas concepções da lei e do governo teriam sido mais compreensíveis para Marco Aurélio do que para os monarcas contemporâneos. A Igreja representava, ao mesmo tempo, continuidade com o passado e com o que havia de mais civilizado no presente.

O poder secular, ao contrário, estava nas mãos de reis e barões de origem teutônica, os quais procuravam preservar, o máximo possível, as instituições que haviam trazido as florestas da Alemanha. O poder absoluto era alheio a essas instituições, como também era estranho, a esses vigorosos conquistadores, tudo aquilo que tivesse aparência de uma legalidade monótona e sem espírito. O rei tinha de compartilhar seu poder com a aristocracia feudal, mas todos esperavam, do mesmo modo, que lhes fosse permitido, de vez em quando, uma explosão ocasional de suas paixões em forma de guerra, assassínio, pilhagem ou rapto. É possível que os monarcas se arrependessem, pois eram sinceramente piedosos e, afinal de contas, o arrependimento era em si mesmo uma forma de paixão. A Igreja, porém, jamais conseguiu produzir neles a tranqüila regularidade de uma boa conduta, como a que o empregador moderno exige e, às vezes, consegue obter de seus empregados.

De que lhes valia conquistar o mundo, se não podiam beber, assassinar e amar como o espírito lhes exigia? E por que deveriam eles, com seus exércitos de altivos, submeter-se ás ordens de homens letrados, dedicados ao celibato e destituídos de forças armadas? Apesar da desaprovação eclesiástica, conservaram o duelo e a decisão das disputas por meio das armas, e os torneios e o amor cortesão floresceram. Às vezes, num acesso de raiva, chegavam a matar mesmo eclesiásticos eminentes. Toda a força armada estava do lado dos reis, mas, não obstante, a Igreja saiu vitoriosa. A Igreja ganhou a batalha, em parte, porque tinha quase todo o monopólio do ensino e, em parte, porque os reis viviam constantemente em guerra. uns com os outros; mas ganhou-a, principalmente, porque, com muito poucas exceções, tanto os governantes como ó povo acreditavam sinceramente que a Igreja possuía as chaves do céu. A Igreja podia decidir se um rei devia passar a eternidade no céu ou no inferno; a Igreja podia absolver os súditos do dever de fidelidade e, assim, estimular a rebelião.

Além disso, a Igreja representava a ordem em lugar da anarquia e, por conseguinte, conquistou o apoio da classe mercantil que surgia. Na Itália, principalmente, esta última consideração foi decisiva,

A Filosofia entre a Religião e a Ciência (Parte III)

fA coesão social e a liberdade individual, como a religião e a ciência, acham-se num estado de conflito ou difícil compromisso durante todo este período. Na Grécia, a coesão social era assegurada pela lealdade ao Estado-Cidade; o próprio Aristóteles, embora, em sua época, Alexandre estivesse tornando obsoleto o Estado-Cidade, não conseguia ver mérito algum em qualquer outro tipo de comunidade. Variava grandemente o grau em que a liberdade individual cedia ante seus deveres para com a Cidade. Em Esparta, o indivíduo tinha tão pouca liberdade como na Alemanha ou na Rússia modernas; em Atenas, apesar de perseguições ocasionais, os cidadãos desfrutaram, em seu melhor período, de extraordinária liberdade quanto a restrições impostas pelo Estado. 0 pensamento grego, até Aristóteles, é dominado por uma devoção religiosa e patriótica á Cidade; seus sistemas éticos são adaptados às vidas dos cidadãos e contêm grande elemento político.

Quando os gregos se submeteram, primeiro aos macedônios e, depois, aos romanos, as concepções válidas em seus dias de independência não eram mais aplicáveis. Isto produziu, por um lado, uma perda de vigor, devido ao rompimento com as tradições e, por outro lado, uma ética mais individual e menos social. Os estóicos consideravam a vida virtuosa mais como uma relação da alma com Deus do que como uma relação do cidadão com o Estado. Prepararam, dessa forma, o caminho para o Cristianismo, que, como o estoicismo, era, originalmente, apolítico, já que, durante os seus três primeiros séculos, seus adeptos não tinham influência no governo. A coesão social, durante os seis séculos e meio que vão de Alexandre a Constantino, foi assegurada, não pela filosofia nem pelas antigas fidelidades, mas pela força - primeiro a força dos exércitos e, depois, a da administração civil. Os exércitos romanos, as estradas romanas, a lei romana e os funcionários romanos, primeiro criaram e depois preservaram um poderoso Estado centralizado. Nada se pode atribuir à filosofia romana, já que esta não existia.

Durante esse longo período, as idéias gregas herdadas da época da liberdade sofreram um processo gradual de transformação. Algumas das velhas idéias, principalmente aquelas que deveríamos encarar como especificamente religiosas, adquiriram uma importância relativa; outras, mais racionalistas, foram abandonadas, pois não mais se ajustavam ao espírito da época. Desse modo, os pagãos posteriores foram se adaptando á tradição grega, até esta poder incorporar-se na doutrina cristã.

O Cristianismo popularizou uma idéia importante, já implícita nos ensinamentos dos estóicos, mas estranha ao espírito geral da antigüidade, isto é... a idéia de que o dever do homem para com Deus é mais imperativo do que o seu dever para com o Estado. A opinião de que "devemos obedecer mais a Deus que ao homem", como Sócrates e os Apóstolos afirmavam, sobreviveu à "conversão" de Constantino, porque os primeiros cristãos eram arianos ou se sentiam inclinados para o arianismo. Quando os imperadores se tornaram ortodoxos, foi ela suspensa temporariamente. Durante o Império Bizantino, permaneceu latente, bem como no Império Russo subseqüente, o qual derivou do Cristianismo de Constantinopla. Mas no Ocidente, onde os imperadores católicos foram quase imediatamente substituídos (exceto em certas partes da Gália) por conquistadores bárbaros heréticos, a superioridade da lealdade religiosa sobre a lealdade política sobreviveu e, até certo ponto, persiste ainda hoje,

A Filosofia entre a Religião e a Ciência (Parte II)

Mas por que, então... perder tempo com problemas tão insolúveis? A isto, poderia responder como historiador ou como indivíduo que enfrenta o terror da solidão cósmica. A resposta do historiador, tanto quanto me é possível dá-la, aparecerá até o final deste artigo. Desde que o homem se tornou capaz de livre especulação, suas ações, em muitos aspectos importantes, têm dependido de teorias relativas ao mundo e á vi a humana, relativas ao bem e ao mal. Isto é tão verdadeiro em nossos dias como em qualquer época anterior. Para compreender uma época ou uma nação, devemos compreender sua filosofia e, para que compreendamos sua filosofia, temos de ser, até certo ponto, filósofos. Há uma relação causal recíproca. As circunstâncias das vidas humanas contribuem muito para determinar a sua filosofia, mas, inversamente, sua filosofia muito contribui para determinar tais circunstâncias. Essa ação mútua, através dos séculos, será o tema das linhas seguintes.

Há...todavia, uma resposta mais pessoal. A ciência diz-nos o que podemos saber, mas o que podemos saber é muito pouco e, se esquecemos quanto nos é impossível saber, tornamo-nos insensíveis a muitas coisas sumamente importantes. A teologia, por outro lado, nos induz â crença dogmática de que temos conhecimento de coisas que, na realidade, ignoramos e, por isso, gera uma espécie de insolência impertinente com respeito ao universo. A incerteza, na presença de grandes esperanças e receios, é dolorosa, mas temos de suportá-la, se quisermos viver sem o apoio de confortadores contos de fadas, Não devemos também esquecer as questões suscitadas pela filosofia, ou persuadir-nos de que encontramos, para as mesmas, respostas indubitáveis. Ensinar a viver sem essa segurança e sem que se fique, não obstante, paralisado pela hesitação, é talvez a coisa principal que a filosofia, em nossa época, pode proporcionar àqueles que a estudam.

A filosofia, ao contrário do que ocorreu com a teologia , surgiu, na Grécia, no século VI antes de Cristo. Depois de seguir o seu curso na antigüidade, foi de novo submersa pela teologia quando surgiu o Cristianismo e Roma se desmoronou. Seu segundo período importante, do século YI ao século XIV, foi dominado pela Igreja Católica, com exceção de alguns poucos e grandes rebeldes, como, por exemplo, o imperador Frederico II (1195-1250). Este período terminou com as perturbações que culminaram na Reforma. O terceiro período, desde o século XVII até hoje, é dominado, mais do que os períodos que o precederam, pela ciência. As crenças religiosas tradicionais mantêm sua importância, mas se sente a necessidade de que sejam justificadas, sendo modificadas sempre que a ciência torna imperativo tal passo. Poucos filósofos deste período são ortodoxos do ponto de vista católico, e o Estado secular adquire mais importância em suas especulações do que a Igreja,

A Filosofia entre a Religião e a Ciência (Parte I)

Os conceitos da vida e do mundo que chamamos "filosóficos" são produto de dois fatores: um, constituído de fatores religiosos e éticos herdados; o outro, pela espécie de investigação que podemos denominar "científica", empregando a palavra em seu sentido mais amplo. Os filósofos, individualmente, têm diferido amplamente quanto às proporções em que esses dois fatores entraram em seu sistema, mas é a presença de ambos que, em certo grau, caracteriza a filosofia.

"Filosofia" é uma palavra que tem sido empregada de várias maneiras, umas mais amplas, outras mais restritas. Pretendo empregá-la em seu sentido mais amplo, como procurarei explicar adiante. A filosofia, conforme entendo a palavra, é algo intermediário entre a teologia e a ciência. Como a teologia, consiste de especulações sobre assuntos a que o conhecimento exato não conseguiu até agora chegar, mas, como ciência, apela mais à razão humana do que à autoridade, seja esta a da tradição ou a da revelação. Todo conhecimento definido - eu o afirmaria - pertence à ciência; e todo dogma quanto ao que ultrapassa o conhecimento definido, pertence à teologia. Mas entre a teologia e a ciência existe uma Terra de Ninguém, exposta aos ataques de ambos os campos: essa Terra de Ninguém é a filosofia. Quase todas as questões do máximo interesse para os espíritos especulativos são de tal índole que a ciência não as pode responder, e as respostas confiantes dos teólogos já não nos parecem tão convincentes como o eram nos séculos passados.

 Acha-se o mundo dividido em espírito e matéria? E, supondo-se que assim seja, que é espírito e que é matéria? Acha-se o espírito sujeito à matéria, ou é ele dotado de forças independentes? Possui o universo alguma unidade ou propósito? Está ele evoluindo rumo a alguma finalidade? Existem realmente leis da natureza, ou acreditamos nelas devido unicamente ao nosso amor inato pela ordem? É o homem o que ele parece ser ao astrônomo, isto é, um minúsculo conjunto de carbono e água a rastejar, impotentemente, sobre um pequeno planeta sem importância? Ou é ele o que parece ser a Hamlet? Acaso é ele, ao mesmo tempo, ambas as coisas? Existe uma maneira de viver que seja nobre e uma outra que seja baixa, ou todas as maneiras de viver são simplesmente inúteis? Se há um modo de vida nobre, em que consiste ele, e de que maneira realizá-lo? Deve o bem ser eterno, para merecer o valor que lhe atribuímos, ou vale a pena procurá-lo, mesmo que o universo se mova, inexoravelmente, para a morte?

Existe a sabedoria, ou aquilo que nos parece tal não passa do último refinamento da loucura. Tais questões não encontram resposta no laboratório. As teologias têm pretendido dar respostas, todas elas demasiado concludentes, mas a sua própria segurança faz com que o espírito moderno as encare com suspeita. 0 estudo de tais questões, mesmo que não se resolva esses problemas, constitui o empenho da filosofia,

sexta-feira, 4 de junho de 2010

"Covardia”


A todo cadáver cabe enfrentar a decomposição do corpo. Em tempo, a luta continua para os que, ainda vivos, enfrentam a degeneração mental...no plano das idéias, claro. Não que isso seja ruim. Para tudo o que se destrói, nova coisa se constrói.

O herói ainda vivo vê seus planos ruírem junto à inesperada partida do antigo companheiro. As memórias tranformam-se em instrumentos de tortura. A agonia e o desespero, ainda que ocultos, às vezes utilizando a máscara da indiferença, compõem a fórmula de sentimentos tão tediosos e monótonos quanto às palavras lidas até aqui.

Para a superação sentimental e intelectual há duas soluções possíveis: Uma é encarar a situação, vivendo-a com todo o lodo que ela traz à tona; a outra é retirar a região do cérebro via cirurgia, tornando-se o vegetal que muitos são (mesmo sem necessitar de abrir mão).

É este o ponto chave da fé. A não aceitação da situação, substituindo o real pela necessidade da impossível.

Por mais difícil que seja aceitar, nada é mais saudável para a vida do que a morte, esta inimaginável situação que mexe tanto com a cabeça das pessoas, que transforma a dor da despedida em ponto de partida para o sensacionalismo e a exploração da situação da própria mente por gênios da extorsão, de plantão em cada esquina.

A fé é uma brincadeira de mau gosto. Somente quando explicitada podemos compreender o vilão que é. Infelizmente, alguns que já escaparam da gaiola, não estão dispostos à espalhar a verdade para os demais...e assim como no mito da caverna de Platão, devem ter medo de serem mortos por aqueles que preferem as sombras à luz do sol.



Edson Moura