segunda-feira, 13 de junho de 2011

“Quem somos Eu?”


Todas as mentes humanas já nascem com uma incrível capacidade de dominar a “magia” e o encanto das palavras e também com a capacidade de autoenganar-se, re-significando os traços da psique humana. Muitas vezes, tentando esconder a verdade de nós mesmos, buscamos encontrar a verdade sobre nós mesmos, e acabamos por precisarmos desenvolver uma mente multifacetária, e por que não dizer... “inconsciente”.

Se formos tomar como base as teorias de Jung e Freud para fazermos referências a cada anseio, ideal, método, desejo, pulsão, fraude, impulso, conflito, arquétipo e medo, cairemos sempre no inconsciente. Quando não conseguimos dar conta do que é real, usando a razão, ou seja, o que está no nível consciente, revelamos uma personalidade múltipla e dispersa em uma total falta de significado, um vazio que clama por ser preenchido, mesmo que seja por algo não palpável, irreal, insubstancioso, não importa, qualquer coisa é melhor do que se sentir como um barco à deriva em um oceano de incertezas.

Atualmente, a hipocrisia, maldade, mentira, perversidade e a violência permeiam a sociedade, vemos aqui e ali embates e debates de “especialistas” que tentam desvendar este fenômeno sócio-cultural que é muitas vezes feito em salas confortáveis e climatizadas, sentados em suas cadeiras de couro de respaudar. Os temas são os mais variados:

“Como resolver o problema da agressividade?”

“Como controlar os altos índices de criminalidade?”

“Como podemos extirpar de vez a crueldade de nosso meio?”

Não acredito que seja possível! O homem é vítima de seu próprio desenvolvimento e as circunstâncias o obrigaram a ser agressivo, talvez no intuito de se aniquilar ou se autodestruir. Como conseqüência, ele agride, dilacera e mutila o outro, que acreditem, causa uma multiplicidade de prazeres que o levam a cometer mais e mais agressões.

Numa era tão competitiva como esta em que nos encontramos, é muito comum vermos homens e mulheres se digladiando por uma vaga de emprego, um romance, um lugar ao sol. Ele busca ser notado, almeja ser o centro das atenções, e para isso, ela segue à risca a sugestão de Maquiavel, “os fins justificam os meios”. Não precisamos sair de casa para ver que esta é uma verdade, basta observar como tratamos às vezes nossos filhos. “Porque você não faz como seu irmão que é super aplicado na escola? Ela vai ganhar uma bicicleta nova e você não, portanto, supere ele.”

Só o tempo nos mostrará se o homem superará esta fase, e se o fizer, como será o homem do futuro. Mas uma coisa é certa: Ninguém é de fato o que quer ser. Como disse lá encima, criamos outras personalidades que vez ou outra consegue suplantar o verdadeiro eu. O homem deveria parar de se perguntar “quem somos?” e preocupar-se mais com o “o que eu quero ser agora?”, procurar uma personalidade em sua “caixa de máscaras” e usá-la até que ele mesmo acredite que aquela faceta é sua verdadeira personalidade.

Ouso dizer que a personalidade do homem é marcada pela multiplicidade de personalidades que ele consegue desenvolver ao longo de sua vida. Qualquer um pode ser o que quiser. É só encontrar algo que se encaixe no meio em que está “convivendo”. Acredito que, desde que a pessoa tenha consciência de que ela “está alguém” e não “é alguém”, ela poderá trafegar por qualquer caminho que desejar, e quem sabe terá uma boa estadia no meio dos viventes, sem agredir ao próximo com suas excentricidades, suas maldades ocultas, seus desejos pervertidos, ou seja, ser “perfeitamente normal”, tendo consciência também de que “em terra de loucos, o único normal será considerado o doente da cidade”.

Edson Moura

2 comentários:

  1. Caro Edson:
    Não somente usamos máscaras, as mais variadas, mas também somos múltiplas personalidades, como você tão bem colocou nesta frase:
    "Ouso dizer que a personalidade do homem é marcada pela multiplicidade de personalidades que ele consegue desenvolver ao longo de sua vida."
    Algumas dessas personalidade são realmente desenvolvidas durante a vida, contudo, outras, já nascemos com elas. São os múltiplos aspectos que "herdamos" de outras experiências nossas aqui no planetinha. Mais adiante a Psicologia vai reconhecer isso e adequar suas teorias.
    Eu acredito piamente que no futuro seremos diferentes, mais conscientes e consequentemente mais benignos. Não há como fugir disso porque estamos aqui para evoluir.
    A Física do futuro (não distante) provavelmente trará conhecimentos que farão o ser humano repensar sua condição e propósito.
    abração, amigo

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  2. Atena minha querida, é com satisfação que recebo o seu comentário, ninguém melhor do que você para entender como o ser humano necessita desempenhar vários papéis em sua caminhada na vida.

    De fato, muitas de nossas personalidades já nos são passadas de forma genética, ou memética por nossos ascendentes, exemplo é uma criança que aprende muito rápido a fazer "caras" que seduzirão seus pais, para assim consseguir aquilo que desejam.

    Valeu pela visita maninha!

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