domingo, 6 de dezembro de 2009

"O futuro para Deus...o Deus do futuro...o futuro sem Deus"

Por: Edson Moura

Futuro!...Eis aí um tema que inquieta a todos. Para um cristão da atualidade, perguntar se Deus conhece todo o futuro, é perda de tempo, pois sua resposta certamente será a seguinte: “O futuro a Deus pertence!”. Ele nem vai se dar ao trabalho de pensar um pouco sobre o assunto.

Na verdade o cristão (pelo menos em sua maioria), literalmente foge de alguns assuntos, não sei se por medo, ou se por “preguiça de pensar”, ou se por limitação intelectual. (duvido muito que seja esta última, pois até o mais estúpido dos homens é capaz de refletir sobre a existência, a menos é claro, que ele não esteja com suas faculdades mentais em ordem)

Minha intenção com este artigo, não é presunçosamente, querer responder às grandes questões da humanidade, mas sim, levar o maior número de leitores à reflexão sobre Deus, vida, sofrimento, prazer, mal e é claro...o futuro.

A pedido de um amigo, resolvi abrir o verbo neste artigo, mas, se você se considera despreparado espiritualmente para ler algumas linhas que muitos consideram heresias, sugiro que interrompa agora a leitura. Depois não digam que eu não alertei. Vou caminhar por uma linha muito tênue entre o Cristianismo, a cristandade, e o ateísmo. Reconheço que o que escrevemos aqui pode levar muitos à descrença de tudo, mas, quando o indivíduo suporta essas verdades( eu considero verdades), sua fé será inabalável, pois ele terá raízes tão profundas quanto as de uma Palmeira imperial.

Acho que todos os livros e cartas da nossa bíblia, devem ser questionados, pois segundo me consta, o próprio Paulo elogia um povo que desconfia dele, então devemos desconfiar quando o assunto é a palavra de Deus.

Acho que a liturgia cristã deve ser reavaliada, pois o que para muitos hoje é coisa corriqueira ou verdades imutáveis, são vistos com estranheza por outros povos. Querem ver?

Os Maçons meditam numa sala com uma caveira (Representando a morte), é um ritual um tanto quanto estranho, você não acha?

Os hindus entoam cânticos diante de um elefante com quatro braços de nome Ganesha (acho que todos puderam ver isso na última novela exibida em horário nobre). Também é estranho, e muitos de nós consideramos isso ridículo, mas essa é a crença deles.

O que dizer dos Cristãos então?

Nós oramos ou rezamos ajoelhados, diante da imagem de escultura ou mentalizando um homem totalmente ensangüentado e desfigurado coroado com espinhos do deserto, pregado pelos pés e pelas mãos numa cruz. Eles por lá, acham isso muito estranho.

Não sei ao certo,quando comecei a pensar nesses assuntos tão polêmicos, nem quando foi que eu comecei a me perguntar de Deus sabia mesmo o futuro, (acho que foi logo depois de deixar de acreditar que é preciso existir milagres para poder crer em Deus, ou depois que, mesmo muitos dizendo na igreja que eu era uma” benção”, acabei cedendo às tentações do mundo e praticando coisas horríveis, que tiveram uma reação em cadeia,e aqui estou...só!) mas vi que essas questões dizem respeito à nossa fé. Comecei pensar:

Será que Deus sabia de tudo isso e deixou acontecer?

Será que o diabo venceu essa batalha e me arrastou da igreja onde era cooperador, para me destruir, e afrontar a Deus?

Não, não e não!

Foram minhas escolhas! E Deus não interferiu nelas. Sabe por que?

Porque sou livre! Ele me deu essa liberdade, e não me vai “marionetar” até o fim da vida, para eu não tropeçar.

Temos hoje nas mãos, potencial para grandes mudanças filosóficas no nível mundial.
Mas as questões aqui levantadas são complexas demais, ou deveria dizer "engessadas" demais? A teologia já deu seu veredicto, e muita coisa não vai ser mudada. O que pode mudar é como vemos essa teologia.

Faço algumas perguntas para nós mesmos e sinceramente, não espero respostas e sim reflexões sobre o tema, no mínimo aceitável, de todos. Não tenham medo de “arrazoar”, pois Deus gosta disso. “venham então, e argüi-me, diz o Senhor”

Alguns pregadores da teologia da prosperidade desprezam o papel da razão no desenvolvimento da fé cristã, afirmando que ela desvia o cristão de sua espiritualidade. Observamos no pequeno trecho de Isaías 1:18, que o próprio Senhor chama o povo à razão. Sem dúvidas Deus demonstra que a razão é importante para o cristão.

Filosofia é uma área muito perigosa para se andar. Costumo dizer ao Marcio que, para o cristão, esse caminho é um “fio de navalha”. Um amigo muito querido embora não o conheça pessoalmente, que pensa tanto que até criou uma “sala só para os pensamentos”, se perguntou:

O que é o homem?

Tentei ajudá-lo assim: Posso dizer sem medo de estar errado, até porque “herrar é umano”, e isso eu sei muito bem, pois sou um deles (humano), que o homem não sabe, ou não tem certeza de quem é.
E não sabe, ou não tem certeza de para onde vai.

Não sabe qual é o sentido dos insignificantes ou mega-eventos que se sucedem em sua existência e mais grave ainda, afasta essas questões de seu horizonte no cotidiano, tornando-se uma pálida imagem daquilo que está chamado a ser.

Quando a nossa natureza toma conhecimento de si mesma na figura do homem, a razão se estabelece como pilar da busca pela compreensão. Na busca e na incerteza o homem decidiu viver de acordo com sua razão na tentativa última de experimentar um pouco de lucidez em meio a tanta inquietação.
O homem encontrou na razão as possíveis asas que o levariam a levantar os vôos em busca da liberdade. Entretanto, mesmo que a razão e a liberdade sejam os fatores que constituem a busca humana pela vida, não passam de instrumentos na tentativa de uma compreensão ampla da vida e de si mesmo.

Conseqüentemente outras perguntas se levantam:

Por que vale a pena viver?

Qual é o sentido da vida?

Por que existem a dor e a morte?

Qual é a razão do sofrimento humano?

Onde Deus está nessa história?

Ele sabe de tudo, inclusive de nosso futuro? (cheguei onde queria)

As inquietações humanas se manifestam como expressão da própria natureza da razão e está na raiz de todo movimento humano. Na cultura, o fruto do exercício desta razão, é a religião. O desejo de compreender o sentido último da existência revela o senso religioso. A religião se apresenta como resposta mais plausível (e eu considero isso um erro) na busca inquietante por significado. O homem é homem porque não cessa de interrogar-se sobre o sentido do mundo, e não apenas porque é capaz de agir sobre ele, ou moldá-lo de acordo com suas necessidades. O homem se desespera (pelo menos eu me desespero) buscando além de si a compreensão de sua origem e destino.

As perguntas estão aí! Fiquem à vontade para me ajudar a compreender a mim mesmo um pouco mais. Em meio a tantas dúvidas, eu tenho uma certeza: Deus existe e um dia eu o verei!

Pena que fé não tenha outra explicação a não ser a de Paulo:“Fé é o firme fundamento das coisas que não se esperam, e a prova das coisas que não se vêem”

O que será do homem, quando os grandes e ocultos mistérios da nossa efêmera existência nos forem revelados? Quando, de uma hora pra outra, ficar provado de maneira categórica e irrefutável, que as nossas crenças que são aceitas por meio da Fé, são verdadeiramente... fatos? Ou se for provado que tudo o que cremos, são apenas mitos?

Querem tentar responder ou acham que determinadas questões devem permanecer sem resposta?

Veja o caso dos mórmons: Se ficasse provado que Joseph Smith, era um louco, e que não encontrou óculos mágicos nenhum, nem livro de ouro? O que aconteceria com os fiéis? E se ficasse provado que Sidarta Gautama não atingiu ponto máximo nenhum de evolução e que ficou "gordão de tanto comer"? Que seria dos budistas?

Se descobríssemos que o mar vermelho não abriu, que os muros de Jericó não caíram, que o "Jardim do Éden" nunca existiu de fato é apenas símbolo, muito menos "pecado original"? Que seria dos irmãos menos cultos que vivem estas verdades?

Irmãos já deixei de crer em muitas coisas nessa minha caminhada rumo à "cidade celestial", mas outras, por mais que eu me esforce, ainda não consigo. Minha Fé é testemunhal, ou seja:

Creio porque testemunhas oculares, viram coisas tão surpreendentes que aceitaram mortes bárbaras para defender o que "acreditaram ter visto". Eles morreram com um ideal...o ideal de Cristo. Eles carregaram uma bandeira e lutaram por uma causa. E qualquer causa que valha a sua própria vida, deve ter uma ponta de verdade nela.

E não venham me falar dos doidos que jogaram o avião nas torres gêmeas que isso não vale! Fico por aqui...

Abraços e não deixem de responder!

Edson Moura

6 comentários:

  1. Grande Edson, vou deixar aqui o comentário que fiz lá na casa do filósofo da graça e acrescentar alguns pontos.

    "O quê será do homem, quando os grandes e ocultos mistérios da nossa efêmera existência nos forem revelados?"

    Os débeis na fé, talvez se suicidarão; os pretensos comedores de comida sólida, talvez se dividam: uns negarão o que foi descoberto, simplesmente; outros, se regozijarão, pois enfim, teremos chegado a um nível de existência mais elevado, onde a espiritualidade terá alcançado uma consciência maior da divindade.

    "Se descobríssemos que o mar vermelho não abriu, que os muros de Jericó não caíram, que o "Jardim do Éden" nunca existiu de fato é apenas símbolo, muito menos "pecado original"? Que seria dos irmãos menos cultos que vivem estas verdades?"

    Para mim, isso não é nenhum problema, pois sei que tudo isso é mesmo símbolo; o AT é uma coleção de livros onde mito, sagas, provérbios, sabedoria, está misturado com o histórico. O símbolo, supre a falta que o concreto da história não pode oferecer satisfatoriamente ao espírito.

    Não é preciso dizer que os outros exemplos que você citou também são símbolos e mitos, ainda que alguns creiam como fatos. Mas é o fato da fé, não o fato histórico.

    E por que Jesus subindo devagarinho ao céu em corpo meio humano meio divino numa cena de gran finale é história e Maomé subindo ao céu num cavalo branco é mito?

    * * * * * *

    Pois é...

    O pensamento cristão parte da "Queda" do homem para explicar todos os problemas do mundo.

    Para calvinistas, tornamo-nos completamente depravados, sem livre-arbítrio, que não buscam a Deus não por que não querem, mas por que não podem; e só poderá, se escolhido for para um dia, receber a graça limitada de Jesus. Então, viverá a vida cristã, terá a salvação para ir para o céu e não poderá de jeito nenhum perdê-la. E tudo isso sabido de antemão pelo soberano Deus.

    Os arminianos, como você bem sabe, parte da queda para dizer que somos depravados sim, mas resta em nós o livre-arbítrio, pelo qual, podemos decidir aceitar a salvação de Jesus; uma vez aceita, temos que perseverar até o fim, senão, se caírmos, jesus vem e você fica. Tudo isso também sabido de antemão pelo Deus soberano, mas cuja soberania não impede o livre-arbítrio humano.

    Mas, e se fizermos como certos liberais e tirarmos a queda da jogada cósmica, o que nos resta?

    Podemos criar um teologia a partir da não-queda, mesmo que não seja dependente exclusivamente do pensamento liberal?

    Sim ou não?

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  2. "eu não acredito em milagres" eu acredito no Deus que pode fazer milagres.

    todo relato bíblico se não for real é absolutamente possível em Deus.

    minha fé não esta em fatos e coisas, mas em possibilidades e poderes

    portanto tanto faz se aconteceu literalmente ou não.

    Mas não creio ser possível ser provado ou desaprovado os relatos bíblico,

    mas cá aqui pra mim tudo aquilo de mar vermelho diluvio e

    outras coisas aconteceu mesmo.

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  3. Gresder, o que diferencia Deus dos demais “deuses”, não são os milagres – pois é factual e sabido, que ocorrem fenômenos sobrenaturais em outros seguimentos, os quais, muitos deles em invocação aos demônios.

    Mas antes, a verdadeira religião é aquela que enfatiza o amor de Deus.

    Pois se Deus fosse só todo poder, seria um demônio encarnado em poder.

    E quando pediram para o Apostolo João que em sua carta “definisse” Deus com uma só palavra, ele não escolheu “todo poder”, mas Amor.........”Deus é Amor”.

    “minha fé não esta em fatos e coisas, mas em possibilidades e poderes”

    Já a minha Fé esta firmada no Amor de Deus revelado em Cristo.

    Se não fosse Cristo, que fizesse diferenciação do Deus pai, para os deuses de outros povos, eu seria de outra religião, pois afinal, o que não falta é religião afirmando crer em Deus.

    Mas o que faz diferença – e muita diferença – é Jesus Cristo, o Deus esvaziado!

    Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.

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  4. Gresder filosofo da queda e graça:

    Já que você disse que não disse o que eu disse que você disse, então eu desdigo o que disse que você disse, pois pensei que você tinha dito o que disse que disse. rsrsrsrsrs


    Um abraço mano!

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  5. Olá pessoal!
    Sou um novato Blogueiro!

    Estou como a maioria de vocês, sinceramente eu tinha mais certeza no inicio da "conversão", mas a vida com suas contradições me colocaram na parede, e fui obrigado a refletir sobre os ensinamentos que recebia!

    Comecei a perceber que a "lei da não contradição", só funciona na dimensão da letra morta! Mas a vida é viva e dinâmica quem quer escrever sobre a vida esteja pronto para rasurar, rabiscar e apagar! Pois a vida se move, e a lógica é estática, mas no absurdo das contingências da vida precisamos aprender que nossas certezas hoje podem ser reconhecidas como erro amanhã! Concordo com o Eduardo que se alguns relatos da Bíblia forem provados como fatos não reais e sim contos, com acho que não são poucos!

    Muitos sucumbiram, como acho que já sucumbiram, mas os que conseguem ir além tem a sua fé fortalecida! Acho que muitos não entendem que a fé está muito além da aceitação empírica, pois o empirismo é para a ciência, e não para a fé!

    Sem contar que a palavra "mito”, (tenho um artigo no meu blog com o tema: O mito como expressão da fé) é distorcida no ocidente que alías os grandes responsáveis por isso foram justamente a tríade "Socrates-Platão-Aristoteles", que des-mistificaram o mito em pról do lógos!

    Mas acho que mesmo assim a fé sobreviveria, pois o homem carrega na sua existência uma necessidde de transcender...

    E quando uma forma de crê se des-faz... Ele re-faz outras formas de expressar a sua fé!

    Gostei muito sua ousadia Edson!

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  6. Valeu "Zezinho Lima", é uma honra pea mim tê-lo por aquí.

    Às vezes me pego pensando e repensando o que escrevo...na verdade me coloco no lugar daqueles que vão ler. Sei dos riscos de contrariar a massa evangélica, mas também sei do risco de contrariar minha consciência.

    É exatamente o que você disse:

    "Pois a vida se move, e a lógica é estática, mas no absurdo das contingências da vida precisamos aprender que nossas certezas hoje podem ser reconhecidas como erro amanhã!"

    Estou pronto a rever meus conceitos sempre que a vida me provar que estou errado.

    Abração JL!

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