Por: Edson Moura
Desde muito tempo acredita-se que o homem necessita de algo que delimite suas pulsões perversas, talvez seja por isso que algum sábio do passado resolveu criar um Deus que punisse o mal praticado. Já escreveram que se Deus não existe, e a alma é mortal, logo, tudo nos é permitido, mas eu discordo desta afirmação e explico-me:
Desde muito tempo acredita-se que o homem necessita de algo que delimite suas pulsões perversas, talvez seja por isso que algum sábio do passado resolveu criar um Deus que punisse o mal praticado. Já escreveram que se Deus não existe, e a alma é mortal, logo, tudo nos é permitido, mas eu discordo desta afirmação e explico-me:
No
passado Deus era vingativo, intolerante com a impiedade, egocêntrico,
todo poderoso e protetor dos seus filhos. Mas como tudo evolui, não
poderia ser diferente com Ele. Atualmente Deus veste uma nova roupagem.
Hoje está muito mais fácil ser Deus, afinal, se algo de muito bom
acontece, logo agradecemos a Deus, mas, se uma tragédia ocorre,
culparemos ao Diabo ou, na melhor das hipóteses, ao próprio homem.
Deus
teria um bom motivo para permitir o mal? Há um propósito para que uma
criança seja morta por um estuprador, ou até mesmo seja atropelada por
um carro, por mero descuido do adulto que não segurou a mãozinha dela?
Será que Ele permite que um louco lance ácido sulfúrico no rosto de uma
mulher linda porque ela não quis casar-se com ele? Ou, será que Ele irá
condená-la se a justiça dos homens autorizá-la a fazer o mesmo com o
indivíduo? Ora, é claro que Deus está vendo tudo isso.
O
homem é totalmente responsável pelos seus atos, é o que todos dizem,
mas quando este homem “livre” opta por não acreditar em Deus, receberá
um castigo maior do que o merecido. Será mandado para o inferno onde sua
alma viverá para sempre em sofrimento, sem chance de arrependimento.
Então chego a uma conclusão trágica:
Realmente
Deus existe (estou sendo irônico), e permite (por total incapacidade de
impedir o homem livre de fazer o mal) que a humanidade se destrua. Ele
fica lá no céu, de bermudão e havaianas, com um coco gelado numa das
mãos e o controle remoto da sua tevê por assinatura de seis bilhões de
canais na outra, zapeando de um para outro, assistindo apático cada um
de seus filhos arquitetarem os mais hediondos crimes contra seus irmãos.
Vez ou outra ele se detêm em um canal em particular, onde um pastor
filho da puta está enchendo sua bola.
Fica então a pergunta:
Para
que eu preciso de um Deus assim? Como pode uma pessoa acreditar que
este Deus seja bom, quando sua vida está uma desgraça só? Como pode um
irresponsável dizer para uma mãe enlutada, que Deus levou sua criança
para morar no céu, e que o fato de ela ter sido estuprada antes de
morrer foi permissão de Divina? Quem em sã consciência pode dizer que
existe um Deus, ao mesmo tempo em que um louco resolve fazer uma limpeza
étnica e tira a vida de seis milhões de seres humanos? Seria Deus o
maior de todos os “voyeures”?
Dostoyevsky
deveria ter escrito o seguinte: “ Deus existindo ou não, tanto faz, o
homem pode fazer o que quiser de sua vida e da vida do outro”. Portanto,
pouco me importa se existe a possibilidade de existir um criador. Vivo
minha vida sem ele, encaro a morte como um processo orgânico e culpo
apenas o homem pelo mal que nos assola. Este é o meu jeito de absolver
Deus de todas as acusações feitas por ateus decepcionados com a religião
e consequentemente com Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário