terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Provocador 0058

"Na atual conjuntura do país, construir escolas não tem absolutamente nada a ver com investir no ensino. Educação é como uma camisa com muitos botões. Quando se erra o primeiro buraco, todos os demais prosseguirão errados"
O Provocador

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"Na atual conjuntura do país, construir escolas não tem absolutamente nada a ver com investir no ensino. Educação é como uma camisa com muitos botões. Quando se erra o primeiro buraco, todos os demais prosseguirão errados"
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domingo, 6 de novembro de 2011

A cibernética Lacaniana


Por Noreda Somu Tossan

Existe um texto de Lacan com o nome de “Psicanálise e Cibernética”, ou “Acerca da Origem das Linguagens”, com data de Junho de 1955, que ainda é pouco estudado pelos historiadores de Psicanálise. Nele Lacan propõe uma interessante aproximação entre a sua teoria do Inconsciente e a Cibernética, uma disciplina então nascente e que décadas mais tarde iria se tornar a nossa já conhecida “Inteligência Artificial”. Curiosamente, nem mesmo os mais competentes biógrafos de Lacan, como, por exemplo, Elizabeth Roudinesco, sequer mencionam essa conferência.

Por qual motivo omitiram esse pensamento lacaniano acerca da Cibernética? Talvez essa seja uma atitude intencional de alguns psicanalistas que vêem na Inteligência Artificial e na Ciência Cognitiva algo necessariamente oposto à Psicanálise. A ciência Cognitiva é demonizada, de forma caricatural, como uma espécie de teoria diabólica que visa, em última análise, transformar os seres humanos em máquinas. Essa tendência aparece na obra de Roudinesco, especialmente no livro “Por que a Psicanálise?”, que tem passagens ácidas no que se refere à Ciência Cognitiva.

Mas outra hipótese que o texto dessa conferência revela-se extremamente complexo para aqueles que não têm formação em Ciência da Computação. Nele, por exemplo, aparecem desenhos em tabelas que parecem, à primeira vista, estranhos. Eles são, na verdade representações de portas lógicas de um computador.

As portas lógicas são uma espécie de representação elétrica do pensamento humano. Se assumimos que quase todo pensamento é constituído de proposições e que elas são, invariavelmente, ou verdadeiras ou falsas, podemos construir um circuito elétrico que as represente. A idéia é que “verdadeiro” ou “falso” podem corresponder, reciprocamente, a 0 e 1, e estes, por sua vez, a um circuito fechado (no qual passa corrente) ou um circuito aberto (no qual não passa corrente). É da idéia cotidiana de que nosso raciocínio são proposições verdadeiras ou falsas que são constantemente combinadas na forma de um cálculo que surge a semelhança entre circuitos elétricos e mentes ou, em última análise, entre mentes e computadores.

Mas por que Lacan estaria preocupado com isso? A Razão parece estar no fato de que há outro conceito fundamental que norteia a Ciência da Computação e a programação de computadores: a “recursão”.

A recursão é um tipo de processo no qual um de seus passos envolve sua repetição completa. Uma forma humorística de definir a recursão é dizer que “as bolachas vendem mais porque são fresquinhas e são fresquinhas porque vendem mais”. O que se percebe nesta frase é um procedimento de repetição, no qual, se não houver uma instrução especifica para parar, continuará assim por um tempo indeterminado. Ou seja, a recursão é o procedimento em círculo, sem que se coloque um fim para ele.

Procedimentos recursivos são a base da construção de algoritmos (programas). Mas isso ocorre não somente com as linguagens artificiais utilizadas pelos computadores. Nossa linguagem natural também é recursiva. Na década de 1950, Noam Chomsky propôs essa hipótese. Quando escrevemos uma sentença, podemos sempre acrescentar uma outra a ela, e assim por diante, num processo infinito. “Há um garoto sentado na ponte” pode se transformar em “Há um garoto que matou seus pais sentado na ponte” e “Há um garoto que matou seus pais sentado na ponte criando coragem para pular” e assim por diante. A linguagem remete à própria linguagem e este é um procedimento circular repetitivo.

Ora, Lacan acompanhava os progressos da Cibernética nos anos 50 e, possivelmente, conhecia os trabalhos de seus pioneiros, entre eles o de Norbert Wiener, que estava profundamente envolvido com a programação de computadores. Da mesma maneira, os trabalhos de Chomsky acerca da recursão em linguagens naturais também deviam ser conhecidos por Lacan.

Se a linguagem é recursiva, nos diz Lacan, o inconsciente também o será, já que está estruturado na forma de uma linguagem. É daí que vem o caráter repetitivo do inconsciente, o fenômeno da repetição inexorável, identificado por Freud na sua obra de maturidade. A repetição em um processo neurótico é praticamente interminável, a não ser que em algum momento haja uma instrução para interrompê-lo, como pode ocorrer na psicoterapia. A neurose é um procedimento recursivo e, para explicar sua natureza, teríamos de buscar um modelo cibernético para ela. O neurótico é uma máquina “em looping” e é isso que o aproxima da pulsão da morte. Essa é, em síntese, a mensagem da conferência de Lacan transcrita no seminário II.

Talvez devamos, então, reconsiderar a posição da Psicanálise diante da Inteligência Artificial e da Ciência Cognitiva. Talvez Roudinesco esteja excessivamente à margem esquerda do rio Sena para poder vislumbrar o interesse de Lacan por essas disciplinas, que na década de 1950 , já eram pesquisas científica de ponta. Mas para reconhecer isso será preciso abandonar preconceitos que permeiam a historiografia da Psicanálise. Provavelmente são eles que não permitem que os historiadores da Psicanálise consigam vislumbrar a verdadeira dimensão dessa conferência de Lacan e prefiram não mencioná-la.

Fonte: Revista Filosofia edição 64 pág 37 (João de Fernandes Teixeira, Ph.D pela University of Essex Inglaterra/Professor titular na Universidade Federal de São Carlos site www.filosofiadamente.org)







O Provocador 0057

"Um homem honesto consigo mesmo só pratica atos heróicos quando as circunstâncias o impedem de agir de outra maneira. Herói esperto é aquele que sabe a hora certa de bater em retirada. Salvar sua vida agora lhe dá a chance de salvar outra depois"


O Provocador

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"Um homem honesto consigo mesmo só pratica atos heróicos quando as circunstâncias o impedem de agir de outra maneira. Herói esperto é aquele que sabe a hora certa de bater em retirada. Salvar sua vida agora lhe dá a chance de salvar outra depois"


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O Provocador 0056

"O inferno é darmo-nos conta de que nossa existência é finita e única e não nos conformamos com isso"
O Provocador

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"O inferno é darmo-nos conta de que nossa existência é finita e única e não nos conformamos com isso"
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O Provocador 0055

"O cara que recusa um elogio é um enganador, pois tudo que ele quer é ser elogiado duas vezes"
O Provocador

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"O cara que recusa um elogio é um enganador, pois tudo que ele quer é ser elogiado duas vezes"
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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O Provocador 0054

"O homem só desenvolve uma relação consigo mesmo quando elimina Deus de sua vida, pois passa a ter uma relação direta com o mundo, e não com “algo transcendental”. É como disse Fauerbach: “Deus não cria o homem, é o homem que cria Deus”. A fé religiosa representa as próprias qualidades e aspirações do homem que, ao sentir-se fracassado, aliena-se e constrói uma divindade superior"

O Provocador

O Provocador 0054

"O homem só desenvolve uma relação consigo mesmo quando elimina Deus de sua vida, pois passa a ter uma relação direta com o mundo, e não com “algo transcendental”. É como disse Fauerbach: “Deus não cria o homem, é o homem que cria Deus”. A fé religiosa representa as próprias qualidades e aspirações do homem que, ao sentir-se fracassado, aliena-se e constrói uma divindade superior"

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terça-feira, 1 de novembro de 2011

O Provocador 0053

"Ato racional, meticulosamente calculado. Abandonar algo que por tanto tempo esteve presente. Ato de coragem, reflexo de um pensamento elevado. Suicidar-se nada mais é do que exterminar a dor para sempre"

O Provocador

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"Ato racional, meticulosamente calculado. Abandonar algo que por tanto tempo esteve presente. Ato de coragem, reflexo de um pensamento elevado. Suicidar-se nada mais é do que exterminar a dor para sempre"

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