segunda-feira, 26 de julho de 2010

“Vamos criar deuses?”

Ao redor de uma fogueira, milhares de anos atrás, no tempo ocioso que separava o fim das tarefas diárias da hora de repousar, os nossos antepassados começaram a contar histórias. Com elas, tentavam encontrar respostas para as coisas que não compreendiam. O por quê de existir o Sol, a Lua e as estrelas que surgem e somem no céu. Quem comandava os raios e tempestades? O que acontece depois que morremos? Como tudo isso ao meu redor foi criado? E o mais inquietante: “Por que estou aqui?”

A base da mitologia é o esforço permanente e contínuo de entender o mundo e o próprio homem. Histórias maravilhosas passaram de geração à geração e, à medida que foram contadas e re-contadas, tornaram-se mais magníficas, ganharam também mais personagens e variantes. Explicações para fenômenos físicos adquiriram uma dimensão sublime.

Não existe nenhum grupo cultural ou étnico na Terra que não associe a origem do universo (mundo), dos seres humanos, da fauna e da flora, dos acidentes geográficos a uma força superior, “sobre-humana”. Deuses e heróis convivem com a humanidade desde a aurora de nossa espécie. E essas histórias, que não têm autores, ainda continuam a nos encantar.

Os mitos afiavam o pensamento abstrato, estavam presentes e alimentavam o cotidiano do homem. Por que fazer um ritual de sepultamento ao invés de abandonar o corpo para os animais comerem? Na Espanha, homens primitivos pintavam suas caçadas nas cavernas. Na África, estatuetas representavam mulheres de nádegas e seios fartos.

Para muitos arqueólogos e antropólogos, as pinturas evocavam o sagrado em busca de melhor sorte e proteção na próxima caçada. A estatueta é o símbolo da “Mãe Terra”, uma deusa da fertilidade e, para muitas culturas, a força motriz que deu origem ao mundo.

Povos de todo o planeta forjam seus heróis e deuses de acordo com aquilo que têm à mão. Os nórdicos do norte da Europa achavam que o mundo começara no embate, em um grande campo de gelo, entre o “calor” e o “frio”. Para os gregos, os deuses viviam em uma montanha, assim como para os indianos.

Os habitantes do oeste da África imaginavam que a origem do mundo era um grande “ovo cósmico” (assim como os chineses). O homem pré colombiano nascera do milho, já em outras culturas ele veio da argila, do barro, da madeira, ou do sopro divino. Em muitas das crenças, fora difícil chegar à humanidade, e os deuses criavam e destruíam vários protótipos. Ao mesmo tempo, os personagens mitológicos lidam com sentimentos humanos como: a raiva, a vergonha, o ciúme, a culpa. (sejam deuses, sejam heróis ou mortais).

Não foi por acaso que a psicologia e a psicanálise foram buscar em histórias ancestrais, os exemplos para suas hipóteses. O suíço Carl Gustav Jung defendia a existência do “Inconsciente Coletivo” (uma grande herança de imagens e símbolos que cada um de nós carrega, tal como um DNA). O próprio Freud (Fróid) usou o mito de Édipo como motivo em seus textos. Aliás, não podemos nos esquecer, que as relações incestuosas são abundantes na mitologia e a destruição do pai pelo filho, um tema recorrente.

A relação com os deuses em geral é bem complicada para nós humanos. Eles são seres superiores que ajudam os homens, lhes dão a luz do Sol, conhecimento e sabedoria. Mas também têm uma cólera divina, exemplificadas nas histórias de dilúvios e inundações da África, Oriente Médio, nas Américas, no sul e leste da Ásia e na Europa. Punições aos homens são freqüentes , e muitas delas projetam o fim dos tempos, das narrativas Astecas às indianas, cada uma à sua maneira...

Edson Moura

Fontes: "Dicionário Oxford de Mitologia Celta"
            "Psicologia Analítica de Jung"
            "Os Mitos antigos e o homem moderno"
            "O Homem e seus símbolos, editora nova fronteira"
            "Dicionário do Folclore Brasileiro"
            "História del mundo Antiguo, Susan Wise Bauer"
            "Anatomia da civilização, 1992 Barry J. Kemp"
            "Los sacerdotes en lo egito antiguo, 1998 Madrid Elisa Castel Ronda"
            "Filme Tempos modernos de Chaplin 1936"

terça-feira, 20 de julho de 2010

"Não esqueça de lembrar-se que devemos esquecer"

Por Noreda Somu Tossan

Hoje me lembrei dos velhos tempos em que eu acreditava que não podia esquecer dos momentos que marcaram minha vida. Lendo alguns artigos em jornais, deparei-me com uma história muito interessante, e que tem muito a contribuir com minha forma de pensar hoje. O texto que lerão à seguir, é para fazê-los refletir sobre os desejos que muitas vezes temos, mas que não pensamos nos desdobramentos que acarretarão. E não “esqueçam”...de ler até o final.

Existem vária memórias, que seriam melhor esquecer, infelizmente, para uma mulher de 45 anos, chamada Jill Price, isso é um luxo com o qual ela só pode sonhar. Ela se lembra de cada dia de sua vida desde a adolescência, com extraordinário detalhe. Quando alguém menciona qualquer data desde 1980, é como se ela fosse imediatamente transportada para o passado, descrevendo onde estava, o que fazia naquele momento e até mesmo quais foram as notícias daquele dia.

Essa habilidade de Jill Price, encantou seus familiares e amigos por vários anos, mas ela tem pago um preço muito alto por ela. Ela está presa num ciclo de lembranças que, como ela mesma afirma, “parece um filme que está sempre passando, e nunca para”. Mesmo quando ela quer...não consegue esquecer.

Uma vez, sondaram o cérebro de Jill em busca de pistas sobre sua “dádiva” e um fato ficou evidente: Uma memória sadia, não tem a ver somente com a retenção daquilo que é importante. Muito mais importante é ser capaz de esquecer o que não tem tanta importância.

O problema de Jill, ganhou o nome síndrome hipertimésica (do Grego timesis....lembrar). A raiz dessa síndrome poderia se manifestar em qualquer um dos estágios de fixação de lembranças. Em suma, uma memória é formada em três estágios:

Primeiramente ela é codificada pelo cérebro. Depois ela é armazenada e, mais tarde, recuperada. É possível que Jill e outros que sofram deste “mal”, realizem essas três tarefas com eficiência muito maior que nós normais. Mas também existe outra possibilidade, talvez até mais intrigante: A magnífica memória de Jill Price poderia também ser explicada por uma falha das estratégias usadas pelo nosso cérebro para, “nos ajudar a esquecer as coisas que não precisamos lembrar”.

O nosso cérebro tem uma capacidade muito grande de armazenar lembranças. E segundo especialistas, não existe limites para a quantidade de memórias de longo prazo que podemos armazenar. Surge então uma dúvida:

Por que, então, não nos lembramos de tudo?

Se nós nos lembrássemos de tudo, ou seja, se nosso cérebro deixasse à disposição todos os dados continuamente, isso culminaria numa confusão mental. Por isso ao longo da evolução do homem, nosso cérebro desenvolveu a estratégia para eliminar as informações irrelevantes ou ultrapassadas, chamado de “esquecimento eficiente”, e é crucial para uma memória funcional.

Portanto, quando nos esquecemos de algo importante, significa simplesmente que o sistema de “poda” está trabalhando um pouco bem demais. Então, da próxima vez que se esquecer de algo, não fique desesperado, pois você não imagina como deve ser horrível se nos lembrássemos de tudo.

Dizem que Deus não se esquece nunca. "Pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei
de ti" (Isaías 49:15).

Um jovem pregador levantou-se para dar uma palavra em um jantar da igreja, organizado em sua homenagem. Após saudar com muita cortesia a todos os presentes, ele parou por um instante, demonstrando estar confuso. Com toda a movimentação do evento, ele acabou esquecendo o que havia preparado para falar! Depois de um momento de um embaraçoso silêncio, ele se recompôs e disse:

"Irmãos e irmãs, há alguns minutos atrás só o Senhor e eu sabíamos o que eu iria falar. Agora apenas o Senhor sabe!"

Já li em algum lugar que até Deus, em determinadas situações, se esquece de algumas coisas.

“E NÃO ME LEMBRAREI MAIS DOS SEUS PECADOS ”. – (Jeremias capítulo 31 versículo 34).

Edson Moura

domingo, 18 de julho de 2010

“Grande Descoberta Filosófica”

Lendo uma revista sobre Filosofia, deparei-me com um tema muito interessante, abordado pelo Advogado, Professor e Filósofo J. Vasconcelos. Como resolvi mudar minha postura a respeito da "fé", achei que poderia, de forma mais branda, levar os leitores deste blog a refletirem sobre a temática "Razão Totalmente Esclarecida", sem que fosse necessário agredir a convicção religiosa de cada um. Espero que gostem da leitura.

No decurso de milênios dos primeiros períodos históricos, a humanidade respondia sobre o universo com explicações práticas. O "Ovo cósmico", o desmembramento de naturezas diversas, o acasalamento dos deuses e também o "Verbo Divino", haviam determinado todas as causas universais, referenciando propriamente a Terra e os astros visíveis...logicamente englobava os fatos e os seres relacionados a esse contexto.

Efetivamente “mitos da criação”, totemismoenergia telúrica e o sopro divino como a fonte, bastavam para esclarecer as origens e os propósitos da vida e das suas conseqüências. Entrementes, tudo se situava em termos da “vontade”. Estava claro que as coisas existiam, agiam ou recebiam interferência, por vontade dos deuses, ou por vontade dos diabos, ou por vontade dos espíritos. De sorte que por vontade dos entes divinos em, entrevero familiar se originaram os protetores da Grécia, ou por vontade de um deus nacional como Javé, o verbo criara a terra, o céu e os homens e lhes impunha leis, regras e costumes. Por vontade de um satanás, surgia na Pérsia a dicotomia do bem e do mal. Também por vontade do demônio, o homem e a mulher , entre os Judeus, recebiam a danação eterna e o castigo da mortalidade.

Por milhares de anos, assim permaneceram os seres humanos, acreditando que tudo se processava por gestos constantes dessas “vontades” acima de suas forças, interferindo até mesmo em cada ato, de cada indivíduo.

Se chovia, era porque a deusa Ishtar queria fertilizar a terra. Se trovoava e caíam raios, o deus da tempestade, Teshup (deus da tormenta e figura finque do panteón hurrita. Identificou-se com Baal na antiga Síria), estava raivoso com os homens. Se uma criança nascia saudável, era a deusa Isis favorecendo o evento. Se caía uma avalanche, assim desejavam os espíritos da montanha. Se tudo ia dar certo ou errado, dependia dos desejos dos deuses. Se o exército saía vitorioso, era o deus Javé que o guiou e o fez invencível e cruel. Se existe escravidão, é porque os deuses julgaram povos prontos para servir outros. Se existem soberanos e súditos, era uma determinação divina. Se as pessoas adoecem, e porque os deuses querem esse castigo, e se tornarem-se más, é porque o diabo quis levá-las a esse procedimento .... a lista é infinita.

Todavia, algo estava para acontecer.

Quando alguém parou para pensar sobre o universo, vieram as dúvidas sobre as verdadeiras causas. Essas dúvidas permitiram-lhes perceber que os fenômenos e os elementos existentes não se apresentavam em função de "vontades" superiores e sobrenaturais. Então surgiu a “Grande Descoberta Filosófica”. Tudo indicava que existiam leis naturais regendo as coisas do universo. O recurso ao conhecimento de “vontades” seria inofensivo, pois essas por sua vez, não existem. O único caminho era conhecer as leis naturais. Bastava então descobrir quais leis regiam o mundo.

E assim começou o trabalho dos filósofos, buscando conhecer tais leis. De início Anaxágonas concebeu a origem da Terra, não por vontade dos deuses, mas em causas materiais, que poderiam ter envolvido nebulosas redemoinhantes. Em seguida surgiram outros filósofos procurando conhecer as leis naturais em todas as coisas. De 600 a 450 a.C., a contribuição foi formidável. Tornaram-se biologistas e sustentaram princípios evolucionistas incrivelmente modernos. Como físicos, esboçaram a teoria da gravitação e a lei da conservação da energia. Como astrônomos, tiveram concepções do universo que lembram muito as de Copérnico, Kepler e Galileu.

É certo que os filósofos foram buscando essas leis nas matérias, na natureza humana e no organismo social. A civilização evoluía na medida em que os conhecimentos sobre as leis naturais eram desenvolvidos. No entanto, por incrível que pareça, sobre a Sociedade, a Política e o Homem, as descobertas não tiveram um desenvolvimento tão profundo como na Química, na Física, na Matemática e na Astronomia.

Você meu leitor, pode me responder por quê?


Edson Moura

quinta-feira, 8 de julho de 2010

“Tirem-me a Fé...então conhecerão o meu verdadeiro caráter”

Por Noreda Somu Tossan

O que é caráter?

Embora muitos não percebam, a palavra caráter é neutra, não tendo assim, conotação nem má, nem boa. Caráter é o termo que designa o aspecto da personalidade, responsável pela forma habitual e constante de agir peculiar a cada indivíduo, esta qualidade, é inerente somente à uma pessoa, pois é o conjunto dos traços particulares, o modo de ser dela, sua índole, sua natureza e temperamento. O conjunto das qualidades, boas ou más, de um indivíduo lhe determinam a conduta e a concepção moral, seu gênio, humor, temperamento, este, sendo resultado de progressiva adaptação constitucional do sujeito às condições ambientais, familiares, pedagógicas e sociais.

Muitas pessoas podem criticar este texto após lê-lo até o final, mas gostaria que cada um dos que se dispuserem a fazê-lo, usassem o senso crítico para, com um mínimo de honestidade, refletirem sobre o tema. Faço afirmações graves sobre o ser humano, e sei que com isso, acabo por “apontar o dedo” e acusar, mas não o faria se não tivesse um mínimo de experiência pessoal, para compartilhar de minhas idéias com o leitor.

Seríamos nós, seres humanos, nada mais que “lobos em pele de cordeiros”? Ou será que estou totalmente enganado, e minha teoria não passa de divagações de um revoltado com a casta religiosa? Veremos a seguir:

É claro que sou criticado, quando digo que quero acabar com a fé das pessoas. Mas também tenho que concordar, depois de muito refletir, que, quando se remove a fé dos homens, é bem possível (e quase certo) que efeitos colaterais surgirão. Afinal de contas, nada tenho a oferecer em troca do sentimento que busco extirpar. E quais seriam esses “efeitos colaterais”, ou como gosto de dizer, “exteriorização de personalidade oculta”?

Concordo com alguns amigos, quando me dizem que a fé é necessária ao homem, pois foi a própria fé que nos conduziu a sermos o que somos hoje. Mas discordo do fato de que ela seja de suma importância para nos tornarmos pessoas melhores. Ao mostrar ao homem que ele não precisa de Deus, posso estar correndo um sério risco de “ressuscitar” um monstro há tempos adormecido, assim como também posso torná-la uma pessoa livre das amarras de uma fé que o reprimira durante anos.

Um homem ou mulher que teme a Deus, acata a vontade de sua divindade, em detrimento à sua própria vontade. A pessoa que bebia descontroladamente, já não bebe mais, aquele que adulterava já não adultera mais, o outro que matava, já não matará, o viciado em pornografia não praticará mais este vício, e assim será com todos os desejos que outrora o dominavam, ou seja, serão sufocados.

Mas ao trazê-lo ao mundo da “razão totalmente esclarecida“ esses desejos presos no mais profundo calabouço de seu ser, sairão, ou permanecerão trancafiados, isso depende muito de um detalhe importantíssimo: Seu verdadeiro caráter.

Se não houvesse punição para a pedofilia, como seria o comportamento do homem que tem atração por crianças? Se as leis para homicídios não fossem tão rigorosas, ou simplesmente não existissem, como será que as pessoas com personalidades violentas se comportariam diante de uma provocação. Se não existisse inferno e céu, como seria a vida de milhões de pessoas que vivem oscilando entre o medo de “arder no fogo” e a “expectativa de morar na glória”?

Sem fé, sem o temor, sem as promessas de vida eterna com Deus, sem galardão, sem 72 virgens, sem reencarnação, sem “dia do Juízo”, o caráter de cada ser humano seria amplamente exteriorizado, e as conseqüências poderiam ser desastrosas.

Que faço agora?

Contínuo em minha busca pelo fim da fé, e aposto todas as minhas fichas no homem, esperando que sua inclinação para o mal seja menor que sua propensão para o bem, ou desisto de meu ideal, e aceito que Maquiavel estava certo e o homem é mau por natureza?

Será que madre Tereza continuaria cuidando dos pobres se perdesse sua fé? Quero acreditar que sim, segundo esta declaração feita por ela mesma em uma de suas várias cartas: “Se não houver Deus, não pode haver alma, se não houver alma então, Jesus, você também não é real."


Reputação "boa" é o que você faz quando está exposto à todos os olhares. Caráter  "bom"é o que você faz quando ninguém está te olhando, principalmente Deus"

Minha afirmativa é correta, e isso é indiscutível:

“Tirem-me a ‘Fé’, e conhecerão meu verdadeiro caráter”

Por Edson Moura







quarta-feira, 7 de julho de 2010

“A fé e as mortes que ele causou” Parte I

 Depois de vários adiamentos, finalmente dou início à seqüência de postagens onde, de forma bem resumida, faço relatos sobre acontecimentos que marcaram nossa história, e que tem a “fé” como eixo para seu desencadeamento. Espero que, no decorrer dos comentários, possam ser esclarecidos alguns pontos que ficaram obscuros, devido a necessidade de sintetizar ao máximo o texto, para quer não ficasse cansativo aos leitores. Este é apenas o primeiro de uma série de artigos meticulosamente preparados para trazer aos que não tiveram a oportunidade de conhecer, o “terror em nome de Deus”. Boa leitura!

Não pode se dizer que o Holocausto, tido entre os maiores genocídios contínuos da história, tenha sido motivado unicamente por questões religiosas, uma vez que o objetivo final de Adolf Hitler era a conquista do mundo em nome de uma raça ariana. No entanto, ao mesmo tempo em que os nazistas diziam estar servindo a Deus ao eliminar os Judeus, eles também estavam ligados a uma série de procedimentos pagãos, de cunho religioso e esotérico. Por outro lado, a perseguição aos judeus não foi exclusividade dos nazistas. Durante séculos, eles sofreram perseguições principalmente da igreja Católica, que por muito tempo afirmaram que os judeus eram responsáveis pela morte de Jesus, aliás, um judeu.

Alguns episódios da história servem de exemplo, como as Cruzadas e a Inquisição. Antes do início da Segunda Guerra Mundial, o anti-semitismo era muito forte no Ocidente. Em minha opinião, o holocausto demonstrou os resultados “demoníacos” que residem em nossa tradição de pregações e ensinamentos anti-semitas. Desta forma o anti-judaísmo cristão promoveu a causa nazista de várias maneiras. Ele levou os nazistas a focarem suas ações inicialmente nos judeus, e criou atitudes que permitiram que eles executassem seu programa de extermínio enfrentando pouca resistência.

Lamentavelmente a desastrosa doutrina católica preparou o caminho para Hitler e sua “solução definitiva”. Em grego o termo “Holocausto” significa uma oferenda feita em sacrifício. Foi usado no século XX para designar o extermínio sistemático, realizado pelos nazistas, de diversos grupos considerados indesejáveis, entre eles Judeus, homossexuais, comunistas, ciganos e deficientes. O número exato de mortes durante o holocausto é desconhecido. Estima-se que aproximadamente seis milhões de judeus tenham sido assassinados.

O Holocausto distingue-se dos outros genocídios da história pelo método sistemático empregado pelos nazistas. Ele foi levado a cabo em todas as regiões ocupadas pelos Alemães. Os meios usados para o assassinato em massa foram diversos, e, com o passar do tempo, foram sendo “aprimorados”, com um número crescente de vítimas. Além de execuções, os nazistas realizaram experiências médicas cruéis e bizarras em prisioneiros, incluindo crianças. Quando Hitler assumiu o poder, sua ideologia racista passou a ser empregada, defendendo a existência de apenas uma raça superior, a saber, a ariana. As demais raças eram consideradas inferiores e responsáveis pela perturbação da sociedade. Eles deveriam ser destruídas ou servir à raça superior. Foi dessa forma que teve início a perseguição aos judeus, negros, ciganos, homossexuais, doentes mentais e terminais.

Quando os judeus que eram capturados pelos nazistas, chegavam aos campos de concentração, eram separados em filas de mulheres, crianças e homens. Havia então a separação dos mais fracos, que eram encaminhados para a câmara de gás disfarçadas de chuveiros coletivos. Os prisioneiros se despiam imaginando que iam tomar banho, mas eram fulminados pelo gás mortal e, depois, enviados para o crematório. Dentes de ouro eram retirados e algumas vezes a própria pele era usada em candeeiros. Os cabelos das mulheres eram raspados antes delas entrarem nas câmaras de gás, e reciclados para confecção de produtos como tapetes e meias

Mas você pode estar se perguntado:

O que o Edson quer dizer com isso que está escrevendo?

Na verdade, eu é quem faço algumas perguntas:

Onde estava é igreja neste momento da história? Onde estava a fé? Onde estava Deus? Em que a fé dos Judeus os ajudou? E mais:

Não foi uma fé cega que motivou o “Führer” a cometer esta barbárie? Por que o Papa Pio XII silenciou-se nesse momento? Será que lá no fundo, ele não estaria batendo palmas para o führer? De todas as hipóteses, a mais provável é que o papa Pio XII, ao escolher o silêncio no que dizia respeito ao extermínio judeu pelos nazistas, estaria apenas comportando-se como um estadista e não como um líder religioso.

"Parabéns para ele!"

Por Edson Moura

quinta-feira, 1 de julho de 2010

"Dilemas Ético-filosóficos"

Por Noreda Somu Tossan

Quem nunca passou por dilemas? Todos nós passamos, todos os dias, pelos mais variados dilemas. Alguns são simples como: “Corro para pegar o ônibus ou ando calmamente em direção ao ponto, para não ser visto como desesperado?” Mas quero propor-lhes dilemas mais complexos...mais existenciais. Verdadeiras “sinucas de bico”.

Este artigo tem como maior motivação a reflexão. Todos que quiserem participar dos debates que se darão (no campo das idéias) serão bem vindos. O artigo permanecerá por tempo indeterminado no topo deste blog, e peço encarecidamente que os leitores participem com perguntas ou afirmações...hipóteses ou provas científicas, mas sempre com clareza de pensamentos e nunca com respostas instantâneas, pois no decorrer dos comentários, ficarão chocados ao ver que não pensavam o que achavam que pensavam.

Peço também, que, todos que comentarem, acrescentem ao início de cada comentário, o número correspondente ao mesmo, pois assim, ficará mais fácil responder às perguntas e até mesmo consultar alguns comentários que possam parecer incoerentes ou contraditórios no decorrer da enquete.

A Física nuclear e a Química tornaram o homem o “senhor dos elementos”. Os últimos avanços da tecnologia e da ciência, na área da Biologia molecular e Bioquímica, permitem que decifremos os mapas genéticos responsáveis pela estrutura dos organismos superiores. Realizando-se a sonhada supremacia humana sobre as demais criaturas do universo, o homem poderá mais adiante, tomar nas mãos os planos e o controle das condições de nossa existência na Terra.

Mas no entanto, esses sonhos da “razão esclarecida” poderá produzir monstros que venham a nutrir fantasias perigosas. Haverá uma guerra entre a razão completamente esclarecida e a barbárie mítica? Teríamos alcançado, com o progresso da tecnociência, também o perigoso limiar em que a auto-determinação da razão se converterá em seu contrário, se considerarmos o ponto de vista ético?

Ao assimilarmos os processos naturais da vida, a artefatos construídos pelo homem, não estaríamos perdendo o sentido natural da natureza, já que o “natural” sempre foi entendido como o que cresce por si mesmo, diferente dos produtos que o homem cria? Não estaria o progresso da ciência indo de encontro à ética e à moral?

Avanços tecnológicos que interferem diretamente na constituição do homem...em sua sobrevivência por mais tempo e em novos métodos de reprodução, já vêm provocando dilemas éticos que acabaram por trazer o progresso científico para o centro de debates filosóficos. No futuro, a tendência é de que outros embates surjam à medida que o homem consiga alterar artificialmente a vida. Vamos aos dilemas mais polêmicos da atualidade:

1º- Células-tronco: O homem descobriu que essas células têm a capacidade de se multiplicar para corrigir diversos tecidos do corpo, o que é um avanço no tratamento de doenças até então incuráveis. A controvérsia aparece em algumas formas de se conseguir essas células...como coleta feita em embriões. Seria ético destruir embriões para salvar vidas?

2º- Eutanásia: Um grande debate no mundo atual é se o homem tem o direito de escolher se quer continuar vivo, ainda que sofrendo...ou se deseja dar fim à própria vida. O que você acha?

3º- Reprodução humana assistida: Técnicas de engenharia genética proporcionaram a muitas pessoas a possibilidade de ter filhos, mas podem ser usadas para manipular células germinativas com objetivos como escolher o sexo da criança que será gerada...ou mesmo visando a eugenia (apuração da raça). Você concorda?

Escrito por Noreda Somu Tossan